O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), que o discurso sobre estado de sítio encontrado sobre sua mesa, na sede do Partido Liberal (PL), era uma cópia de documentos obtidos nos autos de apreensão do celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Bolsonaro foi interrogado na tarde desta terça-feira (10/6). O ex-presidente confirmou que o documento apreendido pela Polícia Federal (PF), durante operação realizada em fevereiro do ano passado, tratava do tema, mas alegou que não era de sua autoria.
“Realmente, foi apreendido na minha mesa esse papel. Quem mandou para mim foi o doutor Paulo [Bueno], meu advogado, que extraiu do inquérito. É isso que aconteceu. Ele que imprimiu, mandou para mim porque ele estava com o processo na frente [aberto]. Eu pedi uma cópia, e pedi uma cópia também de outras partes do processo e [ele] mandou por zap [WhatsApp] para mim, e aí imprimi”, afirmou Bolsonaro.
“O discurso não é meu, não. Alguém pegou esse discurso em algum lugar aí, faz parte do inquérito, e mandou para mim. Tomei conhecimento quando ele mandou para mim. Acho que seria do telefone do Cid [a apreensão]”, completou.
“Maior vaia da história”
Bolsonaro no interrogatório afirmou que não passou a faixa presidencial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque não se submeteria à “maior vaia da história do Brasil”.
Ao negar ter enxugado a chamada “minuta do golpe”, o ex-presidente aproveitou para justificar sua ausência na cerimônia de posse do sucessor.
“Vossa excelência poderia perguntar: ‘Por que ele [Bolsonaro] não passou a faixa?’ Eu não iria me submeter à maior vaia da história do Brasil. O senhor vai concordar comigo”, afirmou Bolsonaro, dirigindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.