O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), que não procede a informação de que ele teria enxugado uma minuta de decreto para viabilizar uma tentativa de golpe de Estado.
O “enxugamento” da minuta golpista foi citado, nessa segunda-feira (9/6), no interrogatório do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Cid disse, então, que Bolsonaro recebeu a minuta, enxugou e manteve a prisão apenas de Alexandre de Moraes.
“Não procede o enxugamento [da minuta]”, reforçou Bolsonaro.
Bolsonaro é interrogado, na tarde desta terça-feira (10/6), na Primeira Turma do STF. Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre se o ex-assessor Filipe Martins teria lhe encaminhado a chamada “minuta do golpe” — e se ele a teria apresentado posteriormente aos comandantes das Forças Armadas —, o ex-presidente negou.
“Tem os considerandos […] Conheço muito bem o Filipe Martins e, se ele tivesse participado, saberia precisar qualquer tipo de contato com ele. Quero isentar o Filipe Martins”, declarou Bolsonaro. Veja:
“Foi passado na tela os considerandos. Foi bastante rápido. Não havia, da nossa parte, uma gana de procurar [problemas na Constituição]. Vamos supor que viéssemos encontrar algo na Constituição… Não havia essa vontade. O sentimento de todo mundo era de que não tinha nada a se fazer. Se tivesse que ser feito, era lá atrás, no Congresso Nacional”, completou.
Leia também
-
Bolsonaro afirma que golpe de Estado é abominável: “Não foi cogitado”
-
Vídeo. Bolsonaro brinca e chama Moraes para ser seu vice em 2026
-
Bolsonaro se desculpa com Moraes por insinuar que ministros do STF levaram dinheiro nas eleições
-
“Me acusaram de tudo, até de pedófilo”, diz Bolsonaro sobre eleições
Em outro momento do interrogatório, Bolsonaro alegou que Moraes poderia até questioná-lo sobre o motivo de não ter passado a faixa presidencial, justificando que não se submeteria à “maior vaia da história do Brasil”. “O senhor vai concordar comigo”, argumentou o ex-presidente.
O ministro, no entanto, interrompeu o depoente, afirmando que não faria tal pergunta. Bolsonaro, então, emendou que não se submeteria a passar a “faixa para esse tal mandatário que está por aí”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Interrogatório
Bolsonaro é ouvido na ação que investiga uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder após o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele é ouvido na ação que investiga uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder após o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).