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    Brasil e Ucrânia se reaproximam após desencontro entre Lula e Zelensky

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    A tensão diplomática entre Brasil e Ucrânia diminuiu, no último mês, após um desencontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky na cúpula do G7, realizada no Canadá.

    O que está acontecendo?

    O encontro de líderes da sete maiores economias mundias — e convidados — seria a primeira oportunidade de um novo encontro entre os dois líderes, que não se reuniam desde 2023, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Atrasos na programação da cúpula, porém, inviabilizaram a reunião. Na época, o Palácio do Planalto informou que Lula precisou deixar o Canadá antes de atender ao pedido de reunião proposto por Zelensky, pois seu voo tinha hora marcada para retornar o Brasil.

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    Mesmo com o desencontro, a diplomacia brasileira viu a tentativa de reaproximação como uma sinalização positiva após meses de atrito. O encontro ocorreria, segundo fontes diplomáticas brasileiras ouvidas pelo Metrópoles, depois de esforços “dos dois lados”.

    “Foi um gesto importante e que foi trabalhado pelos dois lados para ocorrer, mas esbarrou na agenda sempre imprevisível na cúpulas como a do G7, em que as bilaterais paralelas dependem do programa principal”, disse uma autoridade com conhecimento sobre as negociações. “Nosso presidente [Lula] também tinha muito pouco tempo no Canadá, dada agenda interna e restrições rigorosas de tráfego aéreo para decolagem”.

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    Lula e Zelensky já falaram, mas por videoconferência

    Ricardo Stuckert/PR2 de 3

    Arte/Metrópoles3 de 3

    Lula e Zelensky

    Ricardo Stuckert/PR

    Definição de um novo embaixador pode acontecer em julho

    O passo positivo de Lula e Zelensky para uma possível reconciliação surge no momento em que, desde o início de junho, a embaixada da Ucrânia no Brasil está sem embaixador.

    O antigo chefe da missão diplomática, Andrii Melnky, deixou o posto em Brasília para assumir um posto na Organização das Nações Unidas (ONU).

    Por conta de insatisfações com o posicionamento brasileiro sobre a guerra, o governo da Ucrânia decidiu deixar o posto vazio, como um sinal. No mundo da diplomacia, o gesto é visto como um sinal de descontentamento de um país em relação e outro.

    Conforme antecipado pelo Metrópoles, o governo da Ucrânia deve decidir sobre a indicação de um embaixador para o país no fim de julho.