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Capital paulista não atinge meta de vacinação de gripe desde 2020

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Capital paulista não atinge meta de vacinação de gripe desde 2020

A dificuldade da capital paulista em atingir a meta de vacinação contra a gripe para a população mais vulnerável à doença não é de hoje. Desde 2020, a Prefeitura de São Paulo não consegue cumprir o objetivo de imunizar 90% do público-alvo durante a campanha.

Fazem parte dos grupos prioritários para receber a proteção pessoas com maior chance de desenvolver quadros graves a partir da infecção, ou com mais risco de exposição à doença, como idosos, gestantes e crianças de seis meses a seis anos.

Desta vez, com menos de 25% desse público vacinado um mês e meio depois do início da campanha, a gestão Ricardo Nunes (MDB) abriu a imunização para toda a população da cidade em maio e instalou pontos de vacinação em estações de trem e metrô.

O não cumprimento da meta, no entanto, tem sido uma realidade cada vez mais comum — e preocupante — na capital.

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Um em cada cinco pessoas 60+ internados por complicações da gripe no Brasil morreu

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Dia D aumentou cobertura vacinal em 3 pontos percentuais, alega Governo de SP

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A partir de segunda (19/5), a vacina da gripe estará disponível para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade em SP

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Na cidade de São Paulo, a cobertura vacinal contra a Influenza está em 24,9% para os grupos prioritários

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Vacinação contra gripe cresce em SP, mas continua abaixo do ideal

Reprodução/Governo de SP

A última vez que São Paulo conseguiu vacinar, e até superar, os 90% da população prioritária foi em 2020, quando a tensão da pandemia de Covid-19 impulsionou a busca pela vacina da gripe. Naquele ano, a cidade viveu um recorde histórico de vacinação contra a influenza.

Entre março e agosto de 2020, foram aplicadas mais de 5 milhões de doses da vacina no público prioritário. Depois disso, a campanha foi aberta a toda a população e encerrou com 5.113.146 paulistanos imunizados.

No ano seguinte, a cidade atingiu 51,4% dos integrantes dos grupos prioritários e abriu a campanha para toda a população em junho.

Em 2022, a cobertura foi para 64,9% do público-alvo, com 4.457.341 doses. Em 2023, o percentual caiu para 63%, com 4.495.876 doses; e, por fim, em 2024, registrou nova queda, com 3.840.965 paulistanos imunizados, o equivalente a 61,1% do público prioritário.

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Os dados dos últimos anos mostram que a procura varia entre os grupos que compõem o público-alvo e não há queda contínua em todos desde 2020.

Em 2022, por exemplo, 70,2% das crianças tinham sido vacinadas. No ano seguinte, o número caiu para 46,3%; em 2024 voltou a crescer, atingindo 82%. Neste ano, 39,24% das crianças estão imunizadas até agora.

Já entre os idosos, a queda tem sido contínua. Em 2022, 68,6% deles tinham sido imunizados; em 2023, 57,7%; em 2024, 52%; e, neste ano, a imunização do grupo está em 44,16%.

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Vacina contra influenza

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Em 10 dias, 3 mil pessoas foram vacinadas na estação Pinheiros, da ViaMobilidade, segundo concessionária

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Mulher mostra curativo após receber vacina da gripe em estação

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Vacina contra gripe

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Noemi, de 59 anos, decidiu se vacinar ao ver a placa na estação Pinheiros. “Gripar é muito ruim, você fica de cama. Na nossa cidade é bom ficar saudável”

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Vacina contra gripe

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Ponto de vacinação contra gripe na estação Pinheiros, da linha 9-Esmeralda

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Materiais para vacinação em posto volante em Pinheiros

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Mariene foi uma das pessoas que se vacinaram na estação

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Prefeitura levou vacina até estação Pinheiros

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Fila para vacina contra gripe

Jessica Bernardo / Metrópoles

Vacinação continua

A vacinação deste ano continua nas unidades de saúde e nos pontos de transporte público até o dia 27 de junho. Na última terça-feira (17/6), cerca de 400 pessoas de várias idades procuraram o ponto instalado na estação Pinheiros, da Linha 9-Esmeralda da ViaMobilidade, para receber o imunizante.

Mariene Ferreira de Souza, de 63 anos, aproveitou a oportunidade para se vacinar. Para ela, a queda no número de imunizados na cidade pode estar relacionada ao medo da reação. “A moça acabou de me falar que pode dar reação, mas se não tomar é pior. Então é melhor tomar, né?”.

Angela Maria dos Santos, de 63 anos, passou ao lado do ponto de vacinação na estação, mas não parou para se imunizar porque estava com sintomas gripais. Ao Metrópoles, a moradora do Grajaú, na zona sul de São Paulo, disse que tentou tomar a vacina na UBS ao lado de casa na semana anterior, mas que a unidade estava desabastecida.

“Fiquei quase meia hora lá esperando e a menina veio me dizer que não tinha”, afirmou. O Metrópoles ligou na UBS Parque Cocaia, que informou que a vacina já havia sido reabastecida.

Veja pontos de vacinação no transporte público

Outro lado

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde afirma que o município vem “intensificando seus esforços para elevar os índices de cobertura vacinal, implementando diversas estratégias”.

A pasta cita como exemplo as campanhas de vacinação no transporte público, a emissão da Declaração de Vacinação Atualizada (DVA) para crianças em idade escolar, a abertura das Unidades Básicas de Saúde aos sábados, e a busca ativa de faltosos, com oferta de vacinação domiciliar para pessoas acamadas.

“Tais iniciativas visam facilitar o acesso da população aos imunobiológicos e ampliar a proteção coletiva contra a influenza”, diz a pasta.

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