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Censo: analfabetos são maioria católicos e de religiões indígenas

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Censo: analfabetos são maioria católicos e de religiões indígenas

As religiões com os maiores percentuais de pessoas analfabetas no Brasil são o catolicismo e as tradições indígenas. É o que mostra o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta sexta-feira (6/6). Entre os católicos, 7,8% das pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler nem escrever. Já entre os adeptos de tradições indígenas, o índice salta para 24,6%.

De acordo com o IBGE, a alta taxa de analfabetismo entre católicos se explica, em parte, pelo perfil etário da religião: a maioria dos fiéis tem mais de 60 anos. No grupo com 80 anos ou mais, o catolicismo chega a 72% de adesão, enquanto entre adolescentes de 10 a 14 anos essa proporção cai para 52%.

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No caso das tradições indígenas, a explicação está ligada ao perfil racial: 74,5% dos adeptos se identificam como indígenas. Essa população historicamente enfrenta desigualdades estruturais e exclusão do sistema educacional formal — o que se reflete nas estatísticas.

Enquanto isso, religiões como o espiritismo e as de matriz africana apresentam os menores índices de analfabetismo: 1% entre espíritas e 2,4% entre umbandistas e candomblecistas. Ambas as religiões possuem pessoas brancas como maior número de adeptos (63,8% e 42,7%, respectivamente).

Entenda a pesquisa

Religião reflete desigualdades

Embora a presença de pardos seja expressiva entre todas as religiões, a distribuição racial entre elas também expõe desigualdades sociais. Os grupos com maior presença de brancos, como o espiritismo, concentram os melhores indicadores socioeconômicos: são os que têm maior escolaridade, menor taxa de analfabetismo (apenas 1%) e maior acesso à internet em casa (96,6%).

Já os grupos com maior presença de pretos, indígenas e pardos tendem a enfrentar maiores taxas de analfabetismo, menor acesso a ensino superior e condições de moradia mais vulneráveis. É o caso das tradições indígenas e da população católica mais envelhecida, por exemplo.

A diferença também aparece ao observar o nível de escolaridade. Entre os espíritas, quase metade (48%) tem ensino superior completo — o maior percentual entre todos os grupos religiosos. Já nas tradições indígenas, 53,6% têm até o ensino fundamental incompleto ou são sem instrução.

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