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“Chama o Daniel”: PM cita irmão na Corregedoria após agredir ex. Ouça

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“Chama o Daniel”: PM cita irmão na Corregedoria após agredir ex. Ouça

Eduardo de Moura Castro, capitão da Polícia Militar de São Paulo (PMESP) acusado de estupro e agressão, pediu para que o irmão que trabalha na Corregedoria da PM fosse chamado após a ex-companheira ameaçar acionar uma viatura em um episódio de violência doméstica. O caso aconteceu em 2021, mas foi revelado ao Metrópoles nesta semana.

Daniel de Moura Castro, também capitão da PM, trabalha na Corregedoria e já teria acobertado o irmão em outras situações, conforme afirmou a ex-companheira do oficial e o advogado dela à reportagem.

“Ele [advogado] recebeu informações de que o Eduardo tem quatro procedimentos internos de abuso sexual contra policiais, porém foram todos arquivados na Corregedoria, porque o irmão o protege. Infelizmente não temos como provar, pois foi encoberto. Nossa esperança, agora com a denúncia, é que estas outras vítimas se encorajem a denunciar também”, disse a mulher.

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Capitão Eduardo ao lado de enteada, que teria sido abusada sexualmente por ele.

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Capitão Eduardo de Moura Castro, do Comando de Policiamento Metropolitano da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CPM-PMESP), é acusado de estupro, estupro de vulnerável e de agressões contra um filho pequeno.

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Brasões do Comando de Policiamento Metropolitano da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CPM-PMESP).

Reprodução/Redes sociais4 de 4

Viatura da Polícia Militar (PMESP).

JB NETO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

Chamou por irmão na Corregedoria após agredir companheira

Em um episódio, em 30 de julho de 2021, já no fim do casamento de cinco anos, Eduardo tentou enforcar a ex-mulher. Ela gritou por socorro na rua de casa, e ameaçou chamar a polícia. Em seguida, o oficial pediu à mãe que chamasse por Daniel.

“O Daniel tá aí? Pede pra ele vir aqui, que eu vou conversar com ela e a gente vai com um ponto final nessa história”, disse. A declaração foi captada pela mulher em áudio, e compartilhada com exclusividade com o Metrópoles. Ouça:

O áudio, obtido na íntegra pela reportagem, mostra o início de uma discussão entre o casal, que culmina em violência doméstica. Em dado momento, o oficial da PM percebe que a mulher está gravando, e se torna mais agressivo.

Ele chega a tentar estrangular e dar um tapa na então companheira. Quando ela corre para a rua para pedir ajuda, o policial liga para a própria mãe e chama pelo irmão.

“Ele me ridicularizou para os vizinhos denegrindo minha imagem, falando mentiras e me passando por louca. Pediu para a mãe trazer o irmão Daniel Moura, que trabalha na Corregedoria, para ajudá-lo, pois eu havia avisado que chamaria a polícia”, detalhou a vítima de agressões.

Acusado de estupro e violência doméstica

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Divórcio e guarda dos filhos

O processo de separação dos dois começou em 2021, época em que a mulher conseguiu uma medida protetiva contra Eduardo.

A tutela foi suspensa um tempo depois, mas motivou que o homem criasse artifícios para conquistar na Justiça a guarda temporária dos filhos menores, hoje com 6 e 8 anos, frutos do casamento.

Segundo a mulher, o policial editou áudios e vídeos para mostrar que a genitora das crianças tem problemas psicológicos, e seria incapaz de criá-las. Para ela, Eduardo teria feito isso de vingança pela denúncia registrada contra ele.

Conforme a ex-companheira do oficial, a guarda temporária das crianças está com o genitor até hoje, o que ela espera que mude com a sentença do processo litigioso, que deve sair nas próximas semanas.

“Eu passei por tudo isso e ainda vejo meus filhos a cada 15 dias. Você imagina o meu sofrimento como mãe?”, disse a mulher à reportagem.

O que diz a PM

O Metrópoles contatou Eduardo, a Corregedoria da PM e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para comentar o caso, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

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