O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi (foto em destaque), afirmou neste domingo (22/6) que os Estados Unidos traíram a diplomacia e que o país do Oriente Médio responderá aos ataques norte-americanos “com base no legítimo direito à autodefesa”.
“A porta para a diplomacia deve permanecer aberta, mas esse não é o caso agora. […] Meu país tem sido atacado, agredido, e temos de responder com base em nosso legítimo direito à autodefesa”, ressaltou o chanceler.
Ataque dos EUA
- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que as tropas norte-americanas bombardearam três instalações nucleares no Irã, nesse sábado (21/6). O ataque ocorreu em meio à escalada dos conflitos entre o país do Oriente Médio e Israel.
- O conflito entre os dois países escalou na madrugada de 13 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram o centro do programa nuclear iraniano e líderes militares na capital Teerã.
- O governo iraniano reagiu com ataques em retaliação poucas horas depois, o que aumentou o risco de uma nova guerra na região.
- Na noite desse sábado (21/6), aviões dos Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares do Irã.
- Fordow, uma das estruturas subterrâneas afetadas, tem capacidade para operar 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para assuntos nucleares.
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O ministro deu as declarações durante uma coletiva de imprensa em Istambul, na Turquia, durante a qual alegou que, antes do ataque dos EUA, Israel e Irã estavam “em meio a uma negociação diplomática”.
“Estávamos no meio de negociações com os Estados Unidos, quando os israelenses explodiram tudo. […] E, mais uma vez, [nesse sábado] estávamos no meio de conversas e negociações com os europeus, há apenas dois dias em Genebra [na Suíça], quando os americanos decidiram explodir tudo”, declarou o chanceler.
Abbas Araghchi também acusou os Estados Unidos de traírem as negociações internacionais. “Meu país foi invadido, e precisamos responder. Não podemos ignorar essa questão. A porta para negociações deve permanecer aberta, mas essa situação não existe agora”, ressaltou.
O ministro disse dialogar com diplomatas, que se ofereceram para mediar o conflito. “Acredito que iniciarei algumas ações e discussões para evitar essa agressão americana”, afirmou Abbas. Porém, o chanceler acrescentou que os EUA cruzaram uma “linha vermelha muito séria”.
Retaliação
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou fazer novos ataques ao Irã caso as forças do país do Oriente Médio reajam e contra-ataquem os norte-americanos.
Durante um pronunciamento na Casa Branca, Trump afirmou que, caso o Irã não entre em acordo para pôr fim aos conflitos na região, militares dos EUA poderão agir novamente.