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    Chefão do tráfico no Moinho quer transferência de presídio do PCC

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    Apontado como a maior liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Cracolândia, em São Paulo, o traficante de drogas Leonardo Moja, o Leo do Moinho, quer deixar a Penitenciária de Presidente Venceslau, presídio no interior do estado onde estão presos integrantes da facção.

    Por meio de sua defesa, ele pede à Justiça para ser transferido a uma penitenciária em Mirandópolis, também no interior, para ficar mais próximo de sua família.

    6 imagensOlheiro observa movimentaçãoEquipamento usado para monitorar frequência da polícia, conhecido como "vassourinha" MPSP identificou ao menos três pontos onde ficam vigias do PCCUsuários de crack Fechar modal.1 de 6

    Leo do Moinho

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    Olheiro observa movimentação

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    Equipamento usado para monitorar frequência da polícia, conhecido como “vassourinha”

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    MPSP identificou ao menos três pontos onde ficam vigias do PCC

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    Usuários de crack

    Reprodução/MPSP

    Leo do Moinho acumula penas de 8 anos e 7 meses por integrar o PCC e participar do tráfico de drogas na região, além de 16 anos e 9 meses por participação na morte de um usuário de drogas, que foi esfaqueado, desovado e queimado na favela do centro da capital.

    Ele também foi denunciado no âmbito da Operação Salut et Dignitas, deflagrada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em agosto de 2024, quando ele estava em liberdade condicional e voltou a ser preso.

    Controle do tráfico e monitoramento da polícia

    O MPSP afirma que Leo do Moinho coordena um quartel-general (QG) na favela do Moinho, de onde controla o tráfico na Cracolândia e inclusive monitorava sistemas de comunicação da polícia com a ajuda de uma milícia formada por guardas civis metropolitanos (GCMs).

    A investigação ainda revelou a atuação da facção em desmanches no centro de São Paulo. Um desses investigados, braço de Leo do Moinho, foi identificado pelo Metrópoles como um elo entre o PCC e a Máfia Chinesa na região central, em uma série de reportagens.

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    Leo do Moinho foi preso na Praia Grande, no litoral paulista, em agosto, em um apartamento onde morava com a família. Sua defesa afirma que “a proximidade e o contato constante com a família tem valor extremamente importante na ressocialização do preso, que é uma das finalidades da pena”. Argumenta, ainda, que ele está a quase 500 quilômetros de seu “meio social”.

    MPSP é contra transferência

    O MPSP se manifestou contra o pedido. A Promotoria disse que ele cumpre uma longa pena por homicídio e organização criminosa e é alvo de um mandado de prisão preventiva na operação do Gaeco. Ainda afirma que seus familiares moram em endereço diferente daquele que a defesa informou.

    A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) também afirmou que as filhas e a esposa do traficante moram em Praia Grande, e não em Mirandópolis, que fica a quase 700 quilômetros da cidade da Baixada Santista. Além disso, Leo do Moinho tem uma falta grave no cumprimento de pena por não ter voltado de uma saidinha, em 2021.

    A Justiça ainda não decidiu sobre o pedido.