Com o cargo na mira do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o atual chefe dos Correios, Fabiano Silva, também enfrenta forte pressão por parte do próprio Palácio do Planalto.
Em uma recente reunião com diretores da estatal, Fabiano relatou ter recebido uma sugestão da Casa Civil para demitir cerca de 10 mil funcionários e vender imóveis que são patrimônio dos Correios.
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto2 de 3
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos
Valter Campanato/Agência Brasil3 de 3
Planalto pressiona Correios a demitir funcionários e vender imóveis
Reprodução / Direção Concursos
Pelos números apresentados no encontro, essas duas ações poderiam render aproximadamente R$ 2 bilhões aos cofres da estatal, que fechou 2024 com um prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões em 2024.
A coluna apurou que as sugestões foram dadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao chefe dos Correios em uma reunião em meados de junho. A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, participou da conversa.
De acordo com relatos, a reunião foi marcada por um clima tenso entre Rui e Fabiano. Procurado pela coluna por meio de sua assessoria, o ministro da Casa Civil não respondeu. O espaço segue aberto.
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Apesar da sugestão de Rui, o presidente dos Correios não pretende adotar as medidas. A ideia dele, segundo aliados, é demitir apenas os funcionários que aderiram ao recente Programa de Demissão Voluntária (PDV).
Fabiano tem dito a interlocutores, de acordo com relatos à coluna, que não quer entrar para a história como o presidente dos Correios que abriu caminho para a privatização da empresa.
Presidente dos Correios procura Haddad
Pressionado, o presidente dos Correios buscou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para pedir ajuda. Segundo fontes da estatal, os dois conversaram recentemente sobre o cenário da empresa.
Fabiano avalia que, para salvar as contas da estatal, o governo teria de fazer um aporte de cerca de R$ 1 bilhão em 2025. Haddad, contudo, não fez qualquer compromisso em relação a isso.
Fritura pública incomoda
O mandato de Fabiano à frente dos Correios se encerra em 6 de agosto de 2025. Diante da pressão, o executivo já deixou claro ao Planalto que não pretende permanecer no cargo.
Fabiano foi indicado ao cargo pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho. O jurista é amigo de Lula e coordenador do Prerrogativas, grupo de advogados antilavajatistas que apoia o governo.
Embora o presidente dos Correios já tenha demonstrado intenção de deixar o cargo em agosto, ele e integrantes do Prerrogativas estão incomodados com a fritura pública à qual o executivo tem sido submetido.
O comando dos Correios é desejado pelo presidente do Senado. O argumento de Alcolumbre é de que seu partido já comanda o Ministério das Comunicações, pasta à qual a estatal está oficialmente vinculada.