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Chrisóstomo avisa governo: “O que enviar com mais impostos vai perder”

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Chrisóstomo avisa governo: “O que enviar com mais impostos vai perder”

Relator do projeto de decreto legislativo (PDL) que sustou decreto do governo Lula que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Coronel Chrisóstomo (PL – RO) afirmou em entrevista ao Metrópoles que a derrota imposta ao Planalto é um recado do Congresso de que todas as medidas enviadas que aumentem impostos não serão aprovadas.

O parlamentar oposicionista avaliou que o governo “esqueceu” que “que estamos praticamente vivendo uma pré-campanha de 2026” e fica difícil para os parlamentares, mesmo os de partidos da base, carimbarem propostas impopulares. “Mesmo os parlamentares de centro e centro-esquerda não votam de forma alguma em nada que venha aumentar o que o povo paga [de impostos]”.

“Tudo que o governo enviar para a Câmara com mais impostos vai perder”, afirmou o parlamentar do PL.

Veja a íntegra do Boletim Metrópoles com a entrevista:

O reajuste no IOF foi derrubado em votação com larga vantagem na Câmara dos Deputados: 383 votos a 98. Já no Senado, a aprovação da derrubada foi simbólica (sem registro de votos).

O relator na Câmara afirmou que, ao fazer o texto que foi aprovado, focou em quem mais seria prejudicado, “que é o povo mais pobre. Esse sim seria prejudicado”.

“Um parlamentar falou que eu criei uma situação que prejudica os mais pobres, com o Minha Casa Minha Vida. Não queremos mais impostos. Queremos livrar essas pessoas de mais impostos, do pão, do gás de cozinha. Meu foco foi esse atender a população e o agro. O nosso povo não quer pagar mais impostos”, disse Chrisóstomo.

Crise do IOF

Chrisóstomo criticou duramente o governo Lula, afirmando que “perdeu o caminhar”.

“Isso tudo somado faz com que mesmo os parlamentares de centro e centro-esquerda não votem de forma alguma em nada que venha aumentar para que o povo pague. O governo, agora, tem que entender que tudo que enviar para a Câmara dos Deputados é necessário uma conversa anterior, conversar com os líderes, com o presidente da casa para saber se aquele projeto é cabível ao momento. Acho que o governo, embora o Lula tenha vários mandatos, esqueceu disso”, afirmou o parlamentar.

Chrisóstomo afirmou que, para fazer o relatório, conversou com o agronegócio, com o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, e que eles passaram informações cabíveis ao que já tava dentro do escopo do relatório e que eram pertinentes. “Foi cabível eu defender o agro, porque ele não tem mais condições de pagar impostos”, disse.

Intervenção do STF

Após a derrota do decreto federal que reajustava as alíquotas do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que uma das alternativas no Planalto é recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para judicializar a decisão de deputados e senadores.

Diante disso, o relator disse que “não dá para entender o governo querer levar um assunto definido no Congresso. Uma decisão do poder Legislativo, casa do povo brasileiro, que não tem mais discussão ao STF. O Congresso difiniu, cumpra-se”, diz o parlamentar.

“É algo que não tem o que discutir, partindo do que reza a lei, portanto é descabido levar esse assunto a outro poder decidir algo que já decidimos. O STF não tem nada a ver com a decisão de 383 votos na Câmara e uma decisão do Senado”, destacou.

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