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    Cinco deputados protocolam pedido para afastamento de Daniel Donizet

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    Cinco deputados distritais assinaram, nesta segunda-feira (30/6), um pedido de suspensão do parlamentar Daniel Donizet (MDB), por ao menos 90 dias. Protocolada na Câmara Legislativa (CLDF) e encaminhada à Mesa Diretora, a solicitação tem amparo no Regimento Interno e no Código de Ética da Casa.

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    O pedido foi apresentado em nome da Procuradoria Especial da Mulher e assinado pela procuradora Paula Belmonte (sem partido), pelas deputadas Jaqueline Silva (MDB), Dayse Amarilio (PSB) e Jane Klebia (MDB) e pelo distrital Pastor Daniel (PP), integrante da Comissão de Defesa da Mulher.

    “Reforçamos que este pedido não substitui as investigações legais em curso, mas afirma a responsabilidade ética e política da CLDF diante da sociedade, especialmente no que se refere à defesa das mulheres, do serviço público e do decoro parlamentar”, diz o documento.

    Entre os episódios considerados estão o flagrante recente de Daniel Donizet (foto em destaque) em um blitz de trânsito, enquanto dirigia um carro sob efeito de álcool; as supostas tentativas de interferência na atuação da Polícia Militar; além de uma série de denúncias anteriores que envolvem assédio sexual, omissão de socorro, abuso de poder e tentativa de extorsão.

    Comissão de ética

    Após reunião na manhã desta segunda-feira (30/6), a cúpula do partido Movimento Democrático Brasileiro no Distrito Federal (MDB-DF) decidiu instaurar uma comissão de ética contra Daniel Donizet.

    A decisão dos emedebistas sucedeu uma série de polêmicas relacionadas ao parlamentar. O Metrópoles apurou que, inicialmente, a conduta do deputado será analisada dentro do partido. Após conclusão da comissão, o parlamentar poderá ou não ser punido, inclusive com expulsão da sigla.

    Na sexta-feira (30/6), um dia após Donizet ser parado pela Polícia Militar (PMDF) enquanto conduzia um veículo e fazia “movimentos anormais” com o automóvel, o governador Ibaneis Rocha (MDB) pediu a reunião para tratar da possível remoção do distrital da sigla. “Não apoio comportamentos como os que o deputado tem tido. Não o protegerei”, afirmou o chefe do Executivo local.

    Dentro do veículo conduzido por Donizet, havia uma garrafa de cerveja. Ele confessou aos PMs ter ingerido bebida alcoólica “mais cedo”, alegou que estava em “totais condições” de dirigir, recusou-se a fazer o teste do bafômetro e deu uma “carteirada”.

    Daniel começou a fazer ligações e, “a todo tempo, falava que iria ligar para o secretário de Segurança Pública [do Distrito Federal, Sandro Avelar], para o governador e para o deputado [distrital] Hermeto [também do MDB]”, segundo registros da PMDF obtidos pelo Metrópoles.

    Donizet, então, ligou para Hermeto, subtenente da reserva da PMDF, e passou o telefone para um subtenente que acompanhava a ocorrência. Do outro lado da linha, o parlamentar afirmou que “não iria se intrometer nesse assunto e que todos os procedimentos legais deveriam ser tomados normalmente”.

    Daniel acabou autuado com base no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), por recusa a passar pelo teste do bafômetro ou outro procedimento que permita identificar estado de embriaguez. A negativa configura infração gravíssima e prevê multa de R$ 2.934,70, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

    Outras polêmicas

    Daniel Donizet também se envolveu em confusões anteriormente. Em abril último, ele foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por crimes contra a dignidade sexual.

    Em março deste ano, foi exposto por meio de um vídeo divulgado pela influenciadora Andressa Urach, que disse ter sido incomodada pelo parlamentar em uma festa em Porto Alegre (RS).