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Com EUA indeciso, Irã e Israel mantêm ataques e não cedem à diplomacia

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Com EUA indeciso, Irã e Israel mantêm ataques e não cedem à diplomacia

Enquanto o governo dos Estados Unidos segue sem uma decisão clara sobre uma possível intervenção militar, o conflito entre Israel e Irã avança com novas ofensivas e pouca abertura para o diálogo. Desde o início das hostilidades, há uma semana, os ataques têm se intensificado, e as tentativas de mediação internacional ainda não surtiram efeito.

Conflito Israel x Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem mantido um discurso ambíguo em relação ao envolvimento direto do país na guerra. Apesar de afirmar que ainda não definiu sua posição e que só tomará uma decisão nas próximas duas semanas, o governo segue ampliando a presença militar na região.

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O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Chip Somodevilla/Getty Images2 de 4

Netanyahu e Trump

Kyle Mazza/Anadolu via Getty Images3 de 4

Donald Trump e Netanyahu

Avi Ohayon (GPO) / Handout/Anadolu via Getty Images4 de 4

Trump e Netanyahu

Sarah Silbiger/Getty Images

O Pentágono já enviou o porta-aviões USS Nimitz para o Oriente Médio, juntando-se ao USS Carl Vinson, que já está no Mar Arábico. Além disso, aviões de reabastecimento foram deslocados para bases na Espanha e Grécia, sinalizando a preparação para possíveis operações de longo alcance.

Trump afirmou que iranianos tentaram abrir canais de comunicação e até sugeriram uma visita à Casa Branca, mas o presidente disse que agora “é tarde demais para conversar”. A fala foi seguida por uma resposta oficial da missão iraniana nas Nações Unidas: “Nenhuma autoridade iraniana pediu para se ajoelhar nos portões da Casa Branca”.

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Irã endurece posição

Enquanto os EUA mantêm a indefinição, o Irã endureceu sua posição. Segundo o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, não haverá negociações de paz enquanto os ataques israelenses continuarem.

Em reunião com autoridades europeias em Genebra, na Suíça, nessa sexta-feira (20/6) ele condicionou qualquer conversa ao fim das ofensivas e à responsabilização de Israel pelos ataques.

“O Irã está pronto para considerar a diplomacia novamente, assim que a agressão for interrompida e o agressor for responsabilizado pelos crimes cometidos”, disse Araghchi à imprensa. Ele acrescentou que deixou claro que as capacidades defensivas do Irã eram “inegociáveis”.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, também reagiu ao discurso de Trump. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, advertiu que uma intervenção militar dos EUA traria “danos irreparáveis” e classificou o início da guerra por Israel como um “erro muito grande”. Além disso, o Irã reafirmou que seu programa nuclear tem fins pacíficos e defendeu o direito à “legítima defesa”.

Ataques continuam

Em campo, os ataques continuam intensos de ambos os lados. As Forças de Defesa de Israel (FDI) instalações estratégicas no Irã, incluindo usinas de centrífugas de urânio e fábricas de mísseis. Autoridades de Teerã confirmaram que ao menos duas plantas de produção de centrífugas foram atingidas. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também confirmou os danos.

Enquanto isso, o número de vítimas não para de crescer. No Irã, as autoridades informam 224 mortos, a maioria civis, mas grupos de direitos humanos falam em ao menos 585 vítimas fatais e mais de 1.300 feridos.

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Explosão após ataque israelense ao depósito de petróleo de Shahran, em 15 de junho de 2025, em Teerã, Irã

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Israel utiliza Domo de Ferro para tentar anular sequência de mísseis disparados pelo Irã

Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images3 de 17

Míssel cruza o céu de Hebron

Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images4 de 17

Tel Aviv, em Israel, é atacada pelo Irã

Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images5 de 17

Mísseis disparados pelo Irã cruzam o céu de Hebron, em Israel

Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images6 de 17

Mísses disparados por Irã iluminam céu de Hebron

Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images7 de 17

Teerã, capital do Irã

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Um escavador remove os escombros de um prédio residencial que foi destruído no ataque realizado por Israel, em Teerã, no dia 13 de junho de 2025

Majid Saeedi/Getty Images9 de 17

Explosão após ataque israelense a um prédio usado pela Rede de Notícias da República Islâmica do Irã

Stringer/Getty Images10 de 17

Equipes de resgate e segurança israelenses inspecionam e limpam os prédios e a área atingida por um foguete iraniano no centro de Tel Aviv, Israel

Alexi J. Rosenfeld/Getty Images11 de 17

Ataques do Irã com mísseis balísticos contra Israel são vistos de Ramallah

Issam Rimawi/Anadolu via Getty Images12 de 17

Moradores são retirados de um prédio danificado depois que mísseis balísticos foram disparados do Irã atingiram Petah Tikva, Israel

Nir Keidar/Anadolu via Getty Images13 de 17

Defesa civil israelense e equipes de emergência realizam operações noturnas de busca e resgate entre prédios danificados após um ataque de míssil do Irã

Tsafrir Abayov/Anadolu via Getty Images14 de 17

Pessoas observam explosão após ataque israelense ao depósito de petróleo em Shahran

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Equipes israelenses realizam operações de busca e salvamento entre prédios

Mostafaf Alkharouf/Anadolu via Getty Images16 de 17

Bombeiros israelenses e equipes de defesa civil realizam uma operação noturna de busca e resgate dentro de um prédio residencial

Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images17 de 17

Ataque a aeroporto de Mashhad no Irã. Israel alega ter atingido avião-tanque.

Redes sociais

Do lado israelense, os ataques iranianos deixaram 24 mortos, todos civis, segundo dados oficiais. Mesmo assim, Israel vai continuar atacando o Irã até que a “ameaça nuclear do país seja desmantelada”. A promessa foi feita pelo embaixador israelense na Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, durante reunião emergencial do Conselho de Segurança nesta sexta-feira (20/6).

“Não vamos parar [os ataques]”, disse Danon. “Não até que a ameaça nuclear do Irã seja desmantelada, não até que sua máquina de guerra seja desarmada, não até que nosso povo e o seu estejam seguros”.

Ofensiva israelense contra o Irã

Mesmo com o sistema de defesa aérea de Israel conseguindo interceptar a maioria dos 400 mísseis disparados por Teerã, a preocupação agora é com o desgaste dos estoques de defesa antimísseis, como destacou uma fonte americana ao Wall Street Journal.

Pressão internacional

A pressão internacional cresce. O presidente russo, Vladimir Putin, se ofereceu para mediar um acordo entre os dois países e fez um alerta direto a Washington, pedindo que evite qualquer tipo de intervenção militar. Já o presidente chinês, Xi Jinping, expressou preocupação com a escalada do conflito.

Enquanto isso, países como Catar e Omã tentam negociar um cessar-fogo. O envio de uma aeronave iraniana para Muscat, capital de Omã, levantou expectativas sobre uma possível mediação, mas as chances de uma solução pacífica ainda parecem distantes.

Chefes da diplomacia da União Europeia — Alemanha, França e Reino Unido — se reuniram nessa sexta-feira (20/6) com o chanceler iraniano na tentativa de avançar em uma solução para o conflito. No entanto, o encontro terminou sem resultados concretos. Houve apenas uma promessa genérica de que as partes voltarão a se reunir para dar continuidade às negociações.

Cético quanto à capacidade dos países europeus de resolver a crise, Trump declarou que a Europa não conseguirá avançar nas negociações. “O Irã não quer conversar com a Europa. Eles querem conversar conosco. Os europeus não serão capazes de ajudar nessa”, disse o presidente a jornalistas em Nova Jersey.

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