O deputado Jim McGovern (Partido Democrata), copresidente da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos na Câmara dos Representantes dos EUA, rebateu o jornalista brasileiro Paulo Figueiredo durante audiência realizada nesta terça-feira (24/6), ao comentar sobre segurança institucional em solo norte-americano.
“Fico feliz que você [Paulo Figueiredo] se sinta seguro como jornalista nos Estados Unidos. Estou tentando me sentir seguro como político nos EUA”, afirmou o parlamentar.
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Deputado democrata Jim McGovern, copresidente da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos
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O jornalista Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
Agência Brasil3 de 3
Alexandre de Moraes em sessão no STF
Vinicius Schmidt/Metropoles
A declaração ocorreu após Figueiredo relatar que se considera mais livre para atuar como jornalista nos Estados Unidos do que no Brasil. Na sequência, o comunicador questionou McGovern:
“Tem algum político preso nos EUA?”
Em resposta, o congressista norte-americano mencionou episódios recentes envolvendo autoridades. “Um senador foi levado ao chão e algemado. E políticos foram assassinados”, afirmou.
Ele se referia ao senador democrata Alex Padilla, da Califórnia, que foi retirado à força de uma coletiva de imprensa e algemado, em 12 de junho, ao tentar interpelar a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, sobre a política de imigração.
McGovern também citou o assassinato da presidente da Câmara de Representantes de Minnesota, Melissa Hortman, ocorrido dois dias depois.
“Estou tentando salvar a nossa democracia”, acrescentou McGovern, antes de passar a palavra à próxima convidada.
Repressão transnacional
A audiência foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos do Congresso norte-americano e teve como tema a repressão transnacional, definida como o uso de táticas por governos estrangeiros para intimidar ou coagir pessoas fora de seus territórios.
Figueiredo foi ouvido como testemunha e afirmou que o Brasil vive sob uma “ditadura”, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes como “tirano”.
Ele abriu seu discurso falando que sofre “perseguição” desde 2019, quando a Justiça brasileira decretou sua prisão preventiva e incluiu seu nome na lista vermelha da Interpol.
O comunicador citou a Lei Magnitsky como uma das ferramentas dos EUA para lidar contra a censura a cidadãos americanos. O jornalista ainda pediu ao congresso americano que sejam realizadas sanções contra Moraes pelos próximos 30 dias.
Paulo Figueiredo é um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado.