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    Derrite critica PEC da Segurança e quer limitar audiência de custódia

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    O secretário da Segurança Pública do estado (SSP), Guilherme Derrite (PP) afirmou neste sábado (7/6), que a PEC da Segurança Pública do governo federal  “não ataca as principais causas” dos problemas relativos à área no Brasil e defendeu uma reforma na legislação que estabeleça “limites” nas audiências de custódia – que ocorrem após um flagrante para verificar a legalidade de uma prisão.

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    Em discurso no Fórum Esfera do Guarujá, no litoral de São Paulo, Derrite disse que há a necessidade de uma PEC para o tema e defendeu a integração nos sistema de segurança do país. Mas, segundo ele, não precisa ser constitucionalizado.

    “A minha crítica à PEC é que ela não ataca a principal chaga do programa de segurança pública: reincidência criminal. (…) Eu vejo o que iria melhorar então a segurança pública, é a gente limitar o acesso à audiência de custódia, eu não sou a favor de acabar com a audiência de custódia, mas limitar o acesso”, disse o secretário Guilherme Derrite.

    5 imagens“A boa política começa no orçamento e não na propaganda”, disse Motta. Antes da manifestação do presidente da Câmara, João Camargo, presidente do conselho do Grupo Esfera, organizador do evento, disse que "Hugo Motta fará um discurso histórico".Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, no Fórum Esfera neste sábado (7/6)Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, no no Fórum Esfera neste sábado (7/6)Fechar modal.1 de 5

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou o aumento de impostos

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    “A boa política começa no orçamento e não na propaganda”, disse Motta.

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    Antes da manifestação do presidente da Câmara, João Camargo, presidente do conselho do Grupo Esfera, organizador do evento, disse que “Hugo Motta fará um discurso histórico”.

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    Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, no Fórum Esfera neste sábado (7/6)

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    Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, no no Fórum Esfera neste sábado (7/6)

    Reprodução/Youtube

    O que propõe a PEC da Segurança Pública

    • Constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
    • Diretrizes sobre o sistema penitenciário.
    • Atualização das competências da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
    • Constitucionalização dos fundos nacionais de segurança pública e política penitenciária.
    • Fixação das atribuições das guardas municipais.
    • Criação de corregedorias e ouvidorias dotadas de autonomia funcional.

    “Limite” às audiências de custódia

    Derrite já havia atacado as audiências de custódia em outras ocasiões. O secretário paulista iniciou testes de um projeto-piloto que permite, entre outras coisas, que policiais militares prenderem procuradores da Justiça sem submetê-los ao procedimento e sem levá-los à Polícia Civil para a formalização da captura.

    Na prática, esse projeto dá poder aos PMs deterem pessoas investigadas e condenadas por crimes, com pedidos de prisão em aberto, e elaborar um boletim de ocorrência da própria corporação para balizar futuros trâmites jurídicos

    O projeto foi revelado com exclusividade pelo Metrópoles é criticado por especialistas em direito criminal.

    Entre eles, o advogado criminalista Conrado Gontijo, professor de direito penal e processual penal na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e no Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), disse o fim das audiências “é absurda” e “fere direitos fundamentais”.

    “A ideia de que foragidos capturados sejam levados aos estabelecimentos prisionais sem passar por audiências de custódia é absurda, fere direitos fundamentais e determinações claras do CNJ. Porém, não causa surpresa, tendo em vista o histórico de arbitrariedades que tem marcado a atuação da PM no Estado de São Paulo nos últimos anos”, disse Gontijo ao Metrópoles