Na manhã desta sexta-feira (27/6), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu um homem suspeito de aplicar uma série de golpes em diversas gráficas do DF. Humberto Antônio de Souza, 34 anos, era procurado desde 24 de fevereiro de 2025, quando foi expedido mandado de prisão preventiva contra ele. Humberto foi capturado no Setor Norte do Gama.
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A ação faz parte da Operação Máximo Designer, que recebeu este nome em alusão à forma como o investigado se apresentava — “Anthony Designer” — e ao envolvimento de empresas gráficas como principais alvos dele.
De acordo com a investigação da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), Humberto realizava pedidos de serviços gráficos — como convites, panfletos e banners — sempre de forma remota, alegando urgência e necessidade de entrega imediata.
Para comprovar o suposto pagamento, enviava comprovantes falsos de transferências via Pix. Os documentos eram manipulados, o que, segundo a polícia, fazia com que os funcionários das gráficas liberassem os materiais antes da confirmação bancária.
A retirada era feita por motoristas de aplicativo, o que dificultava o rastreamento de Humberto. Dias depois, as vítimas percebiam que os valores nunca foram creditados e que os dados bancários apresentados nos comprovantes eram inexistentes ou pertenciam a outras pessoas.
Uso de identidade alheia
A investigação teve início quando uma das vítimas percebeu o golpe ao desconfiar da repetição da situação: contato por telefone, urgência, valores semelhantes aos de golpes anteriores, e novos erros em comprovantes. Diante disso, a pessoa decidiu conferir o extrato bancário antes de liberar o material.
Ao ver que não havia recebido o pagamento, finalizou o contato e registrou a ocorrência.
Durante a apuração, a equipe da 15ª DP identificou que Humberto utilizava nomes e documentos de outras pessoas.
Um dos nomes mais usados nos golpes era o de um homem que compareceu à delegacia e afirmou nunca ter tido relação com o investigado nem com serviços gráficos. Ele demonstrou preocupação com o uso indevido de seus dados, temendo impactos em sua vida pessoal e profissional, e solicitou que seu nome fosse formalmente desvinculado dos crimes.
Crimes semelhantes
Humberto é investigado em outras ocorrências, sendo elas:
- Encomenda de materiais com comprovantes falsos;
- Retirada feita por terceiros;
- Uso de nomes falsos e CPFs de outras pessoas;
- Contatos apenas por telefone ou mensagens.
Somente em uma das ocorrências, o prejuízo chegou a R$ 8.900. Em outra, uma empresa foi lesada em R$ 14.999. O prejuízo total estimado com os crimes investigados ultrapassa R$ 30 mil, e a PCDF suspeita que há vítimas que ainda não procuraram a polícia.
A Polícia Civil orienta que outras possíveis vítimas que tenham sido lesadas com golpes semelhantes — por um indivíduo que se identificava como “Anthony Designer” — entrem em contato com a 15ª Delegacia de Polícia ou realizem denúncia anônima por meio do telefone 197.