Com a Inteligência Artificial (IA), garantir receitas prontas, cardápios automatizados e planos de dietas “personalizados” com apenas um clique é uma medida que tem ganhado popularidade entre aqueles que buscam emagrecer ou melhorar a alimentação com mais praticidade. Mas será que confiar nessas tecnologias é realmente seguro?
Leia também
-
Ir ao mercado com fome sabota a dieta e a perda de peso; entenda
-
11 dicas para incluir proteína vegetal na dieta e ganhar massa magra
A coluna Claudia Meireles conversou com o nutricionista Matheus Maestralle para entender os riscos que esse tipo de plano alimentar pode esconder — e por que a supervisão profissional continua indispensável.
Segundo o especialista, os erros mais comuns envolvem desde restrições calóricas severas até distribuições desequilibradas de nutrientes essenciais. “Já atendi pacientes que desenvolveram deficiência de ferro, perderam massa magra ou sofreram episódios de compulsão alimentar após seguirem dietas feitas por IA”, alerta o especialista.
Entenda como dietas elaboradas por inteligência artificial podem sabotar seu emagrecimento
Um dos principais pontos de atenção destacado pelo profissional está relacionado à qualidade nutricional de dietas feitas a partir de prompts de IA, ou seja, os comandos dados para que a máquina execute uma tarefa específica.
“A IA não consegue estruturar uma distribuição de macros e micronutrientes de forma personalizada e com qualidade nutricional adequada, o que faz com que muitas pessoas foquem apenas em calorias, sem garantir uma alimentação funcional, equilibrada e completa”, alerta.
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
Dietas elaboradas por IA descosidera o histórico pessoal dos pacientes
Getty Images2 de 3
Dietas restritivas podem prejudicar o metabolismo
Getty Images 3 de 3
O déficit calórico, ou seja, consumir menos calorias do que se gasta diariamente, é uma boa estratégia para quem busca perder peso
Jose Luis Pelaez Inc/Getty Images
O nutricionista também reflete que o aprendizado da máquina não está preparado para interpretar sinais subjetivos, como sintomas hormonais ou emocionais, nem analisar exames clínicos com a precisão de um profissional.
“A IA não detecta intolerâncias alimentares, deficiências nutricionais específicas e nem consegue adaptar o plano à rotina e preferências individuais da pessoa, por exemplo”, destaca Matheus Maestralle.
Embora possam parecer uma alternativa viável, principalmente pela agilidade, o nutricionista clínico reforça que dietas automatizadas, quando seguidas sem acompanhamento, podem, inclusive, desacelerar o metabolismo.
Saiba como usar a IA ao seu favor
Isso não significa, no entanto, que a tecnologia seja uma vilã. Quando bem utilizada, Matheus considera que ela pode ser uma aliada da nutrição. “A IA pode auxiliar em tarefas como controle da ingestão alimentar, educação nutricional e até na análise de composição corporal, desde que supervisionada por um nutricionista capacitado”, orienta.
A Inteligência Artificial (IA) pode ser uma ferramenta complementar
O mais importante, segundo Matheus, é não abrir mão da escuta e do olhar clínico. “Alimentação envolve saúde física, emocional e social. Confiar cegamente em algoritmos é arriscado, porque eles não captam a complexidade individual de cada paciente. A inteligência artificial deve ser uma ferramenta complementar, jamais um substituto”, finaliza.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.