O dólar operava em leve queda nesta quinta-feira (12/6), em um dia no qual os investidores repercutem as dificuldades da equipe econômica para levar adiante o novo pacote fiscal com medidas para compensar o recuo em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Dólar
- Às 9h11, a moeda norte-americana recuava 0,16% e era negociada a R$ 5,53.
- Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,57%, cotado a R$ 5,538. Foi o menor valor desde outubro do ano passado.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,15% em junho e de 10,38% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o Ibovespa fechou em alta de 0,51%, aos 137,1 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula alta de 0,07% no mês e de 14% no ano.
Congresso reage a Haddad
O governo federal publicou, na noite dessa quarta-feira (11/6), a Medida Provisória (MP) e um novo decreto com ações para compensar o recuo no aumento do IOF. O texto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após encontros com a equipe econômica durante esta semana.
A MP inclui um aumento da alíquota do imposto para receita bruta de empresas de apostas on-line, conhecidas como bets, de 12% para 18%. Há também o início da cobrança de Imposto de Renda de 5% para títulos de investimentos, incluindo, por exemplo, Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Veja aqui os principais pontos.
O aumento de 12% para 18% da alíquota do imposto sobre a receita bruta de bets começa a vigorar, conforme a MP, a partir de outubro deste ano.
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A cobrança de Imposto de Renda de 5% para títulos de investimentos, como LCI e LCA, até então isentos, está prevista para começar em janeiro de 2026.
A MP traz também ajustes relevantes acerca das despesas públicas, englobando a inserção do programa Pé-de-Meia no piso constitucional da educação.
Haddad já havia adiantado a maioria dessas mudanças. A MP entra em vigor de imediato, mas precisa ser analisada pelo Congresso Nacional em até 60 dias, prorrogáveis por igual período. Passado esse prazo, a medida perde a validade.
Depois de reuniões com líderes do Congresso e, diante da ameaça dos parlamentares de derrubar o decreto de aumento do IOF, a MP e o decreto representam o pacote de alternativas encontradas pelo governo, até então, para elevar a arrecadação, em busca do equilíbrio fiscal.
Com a primeira versão do decreto de aumento do IOF, publicado em 22 de maio, o governo estimava arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Apesar dos debates e negociações das últimas semanas, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já deu sinais dos obstáculos a serem enfrentados pelo governo na aprovação da MP. Ele afirmou que o Congresso não tem “compromisso” de aprovar as medidas propostas.
Motta está no seu primeiro mandato à frente da presidência da Câmara e tem se destacado no embate com o governo federal contra as propostas relativas ao IOF. Ele chegou a defender a necessidade de “recalibrar” a cobrança do imposto.
Estados Unidos
No cenário externo, o mercado acompanha nesta quarta a divulgação de novos dados da economia norte-americana.
O Escritório de Estatísticas do Departamento do Trabalho dos EUA anuncia os dados do Índice de Preços ao Produtor (PPI) de maio. A média das estimativas dos analistas aponta altas de 0,2% no mês e de 2,6% em 1 ano.
O governo dos EUA também traz os números mais recentes sobre os pedidos de seguro-desemprego, referentes à semana encerrada em 7 de junho.
Na semana anterior, foram 235 mil pedidos iniciais. A estimativa é de 237 mil novos pedidos.
Os investidores também continuam repercutindo os dados de inflação nos EUA em maio, que vieram abaixo das estimativas do mercado.
O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,4% em maio, na base anual, uma leve alta em relação aos 2,3% registrados em abril. Na comparação mensal, o índice foi de 0,1%, ante 0,2% em abril.
Economistas e analistas do mercado financeiro consultados pelo Metrópoles avaliaram que o índice abaixo das expectativas deve aumentar a pressão sobre o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) pelo início do ciclo de queda dos juros. Na quarta-feira, Trump já voltou a fazer cobranças públicas ao Fed.