O dólar operava em baixa nesta quinta-feira (5/6), em um dia no qual o mercado financeiro acompanha com atenção a divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos e a decisão de política monetária na Europa.
Dólar
- Às 9h09, a moeda norte-americana recuava 0,27% e era negociada a R$ 5,627.
- Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,17%, cotado a R$ 5,645.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,28% no mês e de 8,66% neste ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em queda de 0,4%, aos 137 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 0,02% em junho e ganhos de 13,9% em 2025.
Dados dos EUA
No cenário externo, as atenções dos investidores nesta quinta estão voltadas à maior economia do mundo.
O Departamento do Comércio do governo norte-americano divulga os dados da balança comercial do país referentes ao mês de abril.
A leitura anterior indicou déficit de US$ 140,5 bilhões. O déficit comercial é registrado quando as importações superam as exportações. Quando acontece o contrário, há superávit.
Também nesta quinta, o Departamento de Trabalho dos EUA anuncia o número de novos pedidos de seguro-desemprego apresentados na semana até o dia 31 de maio. Na semana anterior, foram 240 mil pedidos.
Ainda nos EUA, o mercado continua acompanhando os desdobramentos do tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente Donald Trump.
Leia também
-
Ações da Tesla desabam com queda de vendas e atrito entre Musk e Trump
-
Donald Trump proíbe Harvard de admitir estudantes estrangeiros
-
Haddad admite “calibrar” IOF em caso de aprovação de medidas fiscais
-
Dólar cai e Bolsa sobe com mercado de bom humor com Lula e Haddad
Trump elevou as tarifas de importação sobre aço e alumínio a partir dessa quarta-feira (4/6). As taxas, que haviam subido 25% em março, agora passaram para 50%.
A ação atinge diretamente a indústria brasileira, gerando um cenário de incertezas frente às mudanças no mercado norte-americano, que comprou 4,1 milhões de toneladas de aço do Brasil no ano passado.
Esse volume coloca o Brasil como o segundo maior exportador de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá, que forneceu 6 milhões de toneladas. A elevação da tarifa pode representar um desafio adicional para a indústria siderúrgica brasileira, que tem nos EUA um de seus principais mercados.
Juros na Europa
Nesta quinta-feira, outro importante destaque na agenda econômica é o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) sobre a taxa básica de juros na Europa.
Atualmente, os juros europeus estão em 2,25%. A expectativa do mercado é por um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para 2%.
Os investidores também aguardam com expectativa o pronunciamento e a entrevista coletiva da presidente do BCE, Christine Lagarde, logo após o anúncio da decisão sobre os juros.
À espera de novidades sobre o IOF
No cenário doméstico, os investidores ainda mantêm suas atenções voltadas às discussões em Brasília sobre o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O IOF é um tributo federal que alcança pessoas físicas e empresas e incide sobre operações que envolvem crédito, câmbio, seguros e títulos mobiliários.
Em um aceno à união entre os Poderes, o governo federal decidiu se reunir com os líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal para deliberar sobre as medidas de ajuste fiscal com o objetivo de reverter o impasse em torno das mudanças no IOF.
Após reunião com Lula no Palácio da Alvorada na última terça-feira (3/6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou que o Executivo e o Legislativo entraram em consenso para não anunciar os itens do pacote fiscal antes da reunião com líderes, prevista para o próximo domingo (8/6).
“Estamos tendo esse cuidado todo porque dependemos do voto do Congresso Nacional. O Congresso Nacional precisa estar convencido que é o caminho mais convincente do ponto de vista macroeconômico. O zelo que estamos cuidando é só por essa razão”, afirmou.
O ministro também fez um alerta para especulações que circulam sobre o anúncio do ajuste nas contas públicas. “Não é um mero anúncio que nos interessa, que pode agradar muita gente, mas se não houver um trabalho sério no encaminhamento dessas medidas para o Congresso, isso pode nos frustrar”, disse Haddad.