Agam e Tyo (imagem em destaque), alpinistas voluntários no resgate de Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, contaram, em live no Instagram, nesta quinta-feira (25/6), que as condições de trabalho na região eram extremas e que, por isso, a equipe sabia que poderia morrer em uma das tentativas de salvar ou recuperar o corpo da brasileira.
A transmissão contou com uma indonésia que fala português e traduziu as mensagens da dupla.
“Ele diz que não sabe como eles conseguiram resistir e que estava muito, muito frio. Ele disse que ele e os outros sete resgatistas disseram que sabiam que, se chovesse um pouco mais, eles morreriam juntos “, traduziu a intérprete.
Segundo a explicação dos alpinistas, a ancoragem das cordas em que eles se prendiam se soltava do solo, e eles precisavam do equipamento para descer com segurança.



Juliana Marins
Reprodução
Guia de Juliana
Redes sociais
Vulcão
Redes sociais
Imagem colorida de Juliana Marins, enquanto aguarda resgate em vulcão da Indonésia
Reprodução/Redes sociais
Reprodução
Juliana Marins, 26 anos, é a turista brasileira que caiu em um penhasco enquanto fazia uma trilha na Indonésia
Reprodução/Redes Sociais
Juliana na trilha
Redes sociais
A tradutora destacou que a situação do resgate era trágica e ficou na memória do Agam. “Foi muito duro. Em algum momento, várias vezes o suporte de quem estava lá no topo desabou. Isso provocou a queda de pedras e areia várias vezes. Só por misericórdia de Deus eles não morreram”, afirmou.
Entenda o caso
- Juliana Marins, de 26 anos, deslizou por uma vala enquanto fazia a trilha do vulcão Rinjani, em Lombok.
- Ela viajou para fazer um mochilão pela Ásia e estava na trilha com outros turistas, que contrataram uma empresa de viagens da Indonésia para o passeio.
- Após escorregar no caminho, ela só parou a uma distância de 300 metros de onde o grupo estava.
- Informações preliminares indicavam que a brasileira teria recebido socorro; a família, porém, desmentiu esses rumores. Juliana aguardava resgate há quatro dias.
- Por meio das redes sociais, a família da jovem confirmou que o salvamento foi interrompido nesta segunda-feira (23/6) por conta das condições climáticas na região.
- Na terça (24/6), Juliana foi encontrada morta.
Em um publicação, Tyo relatou que, “depois de garantir que a vítima havia morrido, nossa equipe combinada de voluntários a protegeu e passou a noite em um penhasco vertical íngreme com condições rochosas instáveis a 3 metros da vítima, enquanto esperava outra equipe para retirá-la de cima”.
Leia também
-
Prefeitura de Niterói pagará traslado de brasileira morta na Indonésia
-
Guia passou a noite junto a corpo de brasileira em vulcão na Indonésia
-
Veja momento em que corpo de brasileira é içado de vulcão na Indonésia
-
Montanhista sobre resgate de brasileira: “Não pude fazer muito”; vídeo
O processo de resgate, entre o içamento e a chegada do corpo ao hospital, levou 15 horas de trabalho. Só quando a noite havia chegado Agam alcançou o ponto onde o corpo estava e passou a madrugada, segurando a vítima no local para que o corpo não escorregasse mais.
De acordo com Agam, além do frio, a neblina constante atrapalhava a visibilidade da equipe, fazendo com que ele só conseguisse ver a uma distância de 5 metros.
Ao se voluntariar para o resgate, Agam afirmou que só sairia do local quando a jovem também saísse.
Agradecimento
Apesar dos socorristas não terem conseguido resgatar Juliana com vida, por falta de equipamentos e pelas condições do tempo, a ação dos alpinistas levou os brasileiros e a família da jovem a demonstrarem gratidão.
A família da Juliana, por meio das redes sociais, agradeceu os voluntários Agam e Tyo.
“Somos profundamente gratos aos voluntários, que, com coragem, se dispuseram a colaborar para que o processo de resgate de Juliana fosse agilizado”, destacou.
Os familiares postaram, ainda, a mensagem enviada aos voluntários: “Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde chegar até Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida. Embora o desfecho já estivesse além do nosso alcance, levamos no coração a sensação de que, se vocês tivessem conseguido chegar antes, talvez o destino pudesse ter sido outro”.





