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“Empresário do crime” furtou mais de R$ 20 milhões em cervejas e grãos

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“Empresário do crime” furtou mais de R$ 20 milhões em cervejas e grãos

O empresário do setor de transportes investigado na Operação Safra 3, em Mato Grosso, construiu todo o seu patrimônio com base no crime. Segundo a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, antes mesmo de integrar o esquema responsável por furtar mais de R$ 20 milhões em cargas de grãos no estado, ele já atuava em uma série de furtos de cargas de cervejas que marcaram o início de sua trajetória no mundo do crime.

Proprietário de uma distribuidora de bebidas em Nova Mutum, o empresário, agora apontado como operador financeiro da organização criminosa, é suspeito de ter participado de ao menos 10 a 15 ações de furtos de carretas de cerveja. Os lucros dessa fase inicial teriam financiado a compra de caminhões usados posteriormente para expandir as ações criminosas e montar uma estrutura empresarial de fachada.

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Em 2020, dois caminhões carregados com cervejas furtadas foram apreendidos em Nova Mutum, após um confronto armado com a polícia. A carga havia sido roubada em Rosário Oeste, e os criminosos foram flagrados enquanto faziam o transbordo da mercadoria. Três comparsas do empresário foram presos na ocasião.

As investigações revelam que o patrimônio do suspeito, em seu nome, no de empresas ou laranjas, tem origem exclusivamente criminosa. A polícia aponta ainda que o investigado demonstrava um sentimento de impunidade, utilizando veículos adquiridos com o lucro de crimes anteriores em novas ações.

Da cerveja aos grãos

Segundo a GCCO, o empresário teria dito a comparsas que se “levantou com a cerveja”, mas percebeu que os furtos de grãos eram mais lucrativos e menos arriscados. Assim, passou a atuar em esquemas de desvio de cargas de soja e milho, fraudando saídas de pelo menos sete fazendas em Mato Grosso. O prejuízo às vítimas já ultrapassa R$ 4,5 milhões.

Em um dos episódios mais simbólicos, cinco cargas de soja foram desviadas simultaneamente por motoristas ligados ao empresário, gerando um rombo de R$ 425,7 mil. O destino das cargas foi a empresa de outro integrante do grupo, também investigado e considerado o principal articulador financeiro do esquema.

As investigações mostraram que a organização contava com uma logística refinada e atuação em diversas frentes. O empresário aliciava funcionários de fazendas, como balanceiros, operadores e gerentes, que facilitavam a entrada de caminhões sem documentação fiscal. As cargas furtadas eram levadas até uma empresa em Cuiabá, investigada na Operação Safra 2, onde os produtos eram “esquentados” com notas fiscais falsas.

Além do núcleo operacional, a quadrilha contava com especialistas em falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. O grupo movimentava grandes valores por meio de empresas de fachada, contas laranja e contratos simulados.

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