Mais um processo entrou para a fila de polêmicas da Shein. Nesta semana, a holding Bastiat USA, Inc., que controla a propriedade intelectual da marca multinacional Brandy Melville nos Estados Unidos, acusa a varejista chinesa de cópia e outras infrações, e pede indenização por danos e a proibição das mesmas supostas violações no futuro.
Vem saber os detalhes sobre o novo processo contra a empresa de fast fashion, que tem sede em Singapura e já foi alvo de acusações de marcas como H&M, Ralph Lauren e Dr. Martens!
A varejista Shein é alvo de mais uma polêmica. Desta vez, com a marca Brandy Melville
Ação judicial da Brandy Melville
A Shein teria copiado o design de roupas e até fotos originais da Brandy Melville sem autorização, conforme acusa a ação judicial recente, movida em 23 de junho em um tribunal da Califórnia.
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A intenção da varejista e de afiliados do Shein Marketplace, segundo a denúncia, seria lucrar aproveitando a popularidade da marca para confundir consumidores, a partir do plágio de propriedades protegidas por direitos autorais, como informa o site The Fashion Law.
Veja exemplos de peças da Brandy Melville na galeria abaixo:
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Peça da marca Brandy Melville
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Peças da marca Brandy Melville
Brandy Melville/Divulgação
Dessa forma, a prática estaria levando clientes, sobretudo das gerações Y e Z, a adquirirem produtos no aplicativo e no site da empresa chinesa, achando que se tratariam de peças originais da marca fundada na Itália, mas com preços inferiores.
“A Shein não copiou apenas um design. Ela copiou vários designs de produtos da Brandy Melville e, em seguida, exibiu produtos e fotografias autênticos da Brandy Melville no site da Shein”, alega a etiqueta, também voltada para o ramo de fast fashion.
A Brandy Melville acusa a Shein de copiar designs e fotografias sem autorização
Mercado cinza
De acordo com o processo, o marketplace da varejista – que, até a publicação desta matéria, não se manifestou publicamente sobre o assunto – oferece produtos do chamado “mercado cinza”, quando peças originais são comercializadas por vendedores não autorizados ou canais que não são os oficiais da respectiva marca.
A Shein ganha uma comissão de 10% sobre cada venda, o que, para a Brandy Melville, seria uma forma de incentivar o anúncio do que a marca chamou de “produtos infratores”. Além das acusações envolvendo direitos autorais, o processo cita concorrência desleal e falsa designação de origem.
Segundo o processo, a varejista asiática teria se aproveitado da confusão gerada para os consumidores com os supostos produtos copiados no site e aplicativo
Processo da Coach
Em março, a Tapestry, companhia dona da Coach, alegou que o marketplace da Shein teria feito infrações similares, incluindo violação de marca registrada federal, em relação à grife estadunidense. O processo foi apresentado no mesmo tribunal californiano que a Brandy Melville, já com o pedido de julgamento do júri.
As supostas cópias, neste caso, também envolvem produtos e publicidade. Na visão da holding, também geram confusão quando os clientes procuram produtos da Coach no e-commerce da varejista, sem informações claras dos vendedores terceirizados em itens que se assemelham aos originais da marca – inclusive com o “C” característico.
A empresa que detém a Coach também acusou a empresa chinesa de cópia e outras infrações. A foto é de uma collab da grife norte-americana com a Champion
O que disse a Shein
Ao portal WWD, que repercutiu o assunto sobre a Coach, a Shein informou que “está comprometida em respeitar a marca e a propriedade intelectual. Todos os vendedores do Shein Marketplace são obrigados a cumprir as políticas da nossa empresa, incluindo a anti-falsificação”.