Portal Estado do Acre Notícias

Europa sob calorão: temperaturas devem superar 40°C em vários países

europa-sob-calorao:-temperaturas-devem-superar-40°c-em-varios-paises

Europa sob calorão: temperaturas devem superar 40°C em vários países

Uma nova onda de calor atinge diversos países da Europa nesta segunda-feira (30/6). As temperaturas devem permanecer elevadas por vários dias na Itália, Portugal, França e Espanha, onde os termômetros têm registrado picos de até 44 °C nos últimos dias.

De acordo com as previsões meteorológicas, 84 das 95 regiões da França (excluindo os territórios ultramarinos) estão em alerta laranja nesta segunda e terça-feira (1º/7).

Nessas regiões, as temperaturas devem ultrapassar 40 °C e a onda de calor deve durar pelo menos até o meio da semana. “Nunca vimos isso antes”, disse a ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, neste domingo (29/6) à noite.

Leia também

As empresas foram orientadas a “proteger seus funcionários”, e cerca de 200 escolas públicas, das 45 mil do país, vão fechar de forma parcial ou total nesta segunda, terça ou quarta-feira (2/7).

“No nosso apartamento é simplesmente um inferno. Vivemos no escuro, parece um forno”, contou à AFP Evan Bernard, que vive em Bordeaux, no sudoeste da França.

“Esse calor não é normal para esta época do ano”, lamentou Diego Radamés, fotógrafo de 32 anos, que vive em Madri, onde os termômetros atingiram 40 °C.

No sábado (28/6), a Espanha já havia registrado um recorde desde o início das medições, com 46 °C em Granada, na Andaluzia, sudoeste. O recorde anterior era de 45,2 °C em Sevilha, em junho de 1965.

Recorde de temperatura do mar

No Mar Mediterrâneo, a temperatura ultrapassou os 26 °C nas Ilhas Baleares, um nível “típico de meados de agosto”, segundo a agência meteorológica nacional Aemet.

Na Itália, 21 cidades estavam em alerta máximo no domingo devido ao calor extremo, incluindo Milão, Nápoles, Veneza, Florença e Roma, onde ambulâncias estão posicionadas perto de pontos turísticos.

Os serviços de emergência dos hospitais italianos relataram um aumento de 10% nos casos de insolação, segundo Mario Guarino, vice-presidente da Sociedade Italiana de Medicina de Emergência, “principalmente nas cidades que registram não apenas temperaturas muito altas, mas também maior umidade”.

As principais vítimas são “idosos, pacientes com câncer ou pessoas em situação de rua sofrendo de desidratação, insolação e exaustão”, declarou.

“Ilha de calor”

Em Veneza, visitas guiadas são gratuitas para maiores de 75 anos em museus climatizados e prédios públicos. Em Roma, o acesso às piscinas foi liberado para maiores de 70 anos.

Ainda na Itália, “refúgios climáticos” foram instalados em Bolonha, e desumidificadores foram distribuídos a pessoas carentes em Ancona, região central do país.

“As ondas de calor na região mediterrânea tornaram-se mais frequentes e intensas nos últimos anos, com picos chegando a 37 graus ou mais nas cidades, onde o efeito de ilha de calor urbano aumenta ainda mais as temperaturas”, observa Emanuel Piervitali, pesquisador do Instituto Italiano para a Proteção e Pesquisa Ambiental (ISPRA).

Mudanças climáticas

Segundo os cientistas, as ondas de calor recorrentes são uma consequência do aquecimento global e tendem a se tornar mais frequentes, duradouras e intensas.

De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU), é “quase certo” que a frequência, intensidade e duração das ondas de calor aumentaram desde 1950 e continuarão a aumentar com o aquecimento global.

Em Portugal, várias regiões do sul do país, incluindo a capital Lisboa, estão em alerta vermelho até a noite de segunda-feira. O risco de incêndios também é máximo, como na Sicília, onde os bombeiros combateram 15 focos no sábado.

Nas ruas de Lisboa, moradores e turistas tentam se proteger como podem. “Recomendamos que as pessoas fiquem em locais frescos, mesmo assim já registramos casos de insolação e queimaduras”, explicou a farmacêutica Sofia Monnteiro.

“Está difícil de aguentar. Paramos com frequência, bebemos água, é uma desculpa para tomar um drink”, contou o turista francês Cédric Gérard.

Sair da versão mobile