O músico Edson Bernardo de Lima, conhecido como Edson Café, quase foi enterrado como indigente, segundo uma amiga que o acolhia em Cotia, na Grande São Paulo. Ele morreu no último domingo (1°/6), aos 69 anos, em um hospital na capital paulista.
Em entrevista ao Metrópoles, Xênia Alves disse que foi uma mulher desconhecida quem viu o ex-integrante do Raça Negra no Instituto Médico Legal (IML) Leste, para onde o corpo foi encaminhado.
“Ele pediu ajuda na rua. A pessoa [que o socorreu] levou primeiro para o Carrão. Lá, ele infartou. Entubaram e o levaram para o Hospital do Tatuapé, onde ele faleceu, no dia 1º. Trouxeram o corpo dele para o IML do Artur Alvim, ontem, ainda como indigente, porque ele estava sem documento”, afirmou.
Café deixou a casa da amiga há três anos, por vontade própria, de acordo com ela. Então, ele passou a vagar entre a Favela 3 Coco, em Itaquera, e a Praça Sampaio Vidal, na Vila Formosa, ambas na zona leste de São Paulo.
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Ele tinha dependência química
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Composição do Raça Negra com Edson Café no anos 1990
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Ex-integrante do Grupo Raça Negra morreu em São Paulo
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Xênia contou para a reportagem que Junior, filho do músico, foi o primeiro a reconhecer oficialmente o corpo. Em seguida, Fabio, outro filho de Café, confirmou que era o pai.
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Morte de músico
Edson Bernardo de Lima, o Café, ex-integrante do grupo Raça Negra, morreu em um hospital após ser encontrado em uma rua da zona leste.
O boletim de ocorrência, ao qual o Metrópoles teve acesso, informa que ele estava desacordado e foi levado primeiramente à Unidade Pronto Atendimento (UPA) Carrão. De lá, foi transferido para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde faleceu.
Café era dependente químico e viveu em situação de rua por mais de 10 anos no Rio de Janeiro. Ele se sustentava trabalhando como guardador de veículos.
Quem era Edson Café
- Café sofreu um AVC e perdeu o movimento dos braços. Por isso, saiu do Raça Negra e passou a usar drogas.
- Entre idas e vindas de clínicas de reabilitação, o artista chegou a ir para o Rio de Janeiro morar com os filhos. Após brigas, no entanto, ele voltou às ruas e ao vício em drogas.
- “Estava propenso à recaída. Não tem como morar na rua e não fumar um baseado, não dá”, afirmou o ex-integrante do Raça Negra à imprensa em 2020, quando estava de volta às ruas.
- De volta a São Paulo, Edson continuou morando na rua. Apesar disso, buscava trabalhar como uma estratégia para evitar o uso de substâncias.
- “Se eu ficar aqui, fico querendo escrever ou então me drogar. Vou ficar enfiado na Cracolândia aí do lado. Eu prefiro sair, dar um rolezinho. E ganhar um dinheirinho. Tomo conta de carro na praça”, contou Edson Café.
- Quando chegou à capital paulista, o músico foi acolhido por uma fã, que tentava resgatá-lo há alguns anos.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como morte suspeita pelo 52º Distrito Policial (Parque São Jorge). “O homem, de 69 anos, foi encontrado desacordado em via pública no dia 31 de maio e levado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde faleceu. O corpo foi encaminhado ao IML Leste e identificado após exames periciais, sendo liberado aos familiares. A Polícia Civil investiga as conclusões dos fatos”, diz a nota enviada ao Metrópoles.