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    FMI sobe projeção para o PIB do Brasil e agora vê alta de 2,3% em 2025

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    O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2025.

    De acordo com comunicado divulgado pelo órgão nesta terça-feira (3/6), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve avançar 2,3% neste ano.

    Até então, em projeção divulgada em abril, o FMI estimava em 2% a taxa de crescimento do PIB brasileiro em 2025.

    Elogios ao Banco Central

    No relatório, o FMI faz elogios à condução da política monetária pelo Banco Central (BC), que vem elevando sucessivamente a taxa básica de juros (Selic) para esfriar a economia e evitar a inflação.

    A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.

    O FMI destacou “os esforços das autoridades para continuar melhorando a posição fiscal, ao mesmo tempo em que tentam atender às necessidades de gastos sociais”.

    O órgão também observou que “mais passos são justificados” nesse sentido.

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    Inflação

    Em relação à inflação no Brasil, o FMI espera que o indicador fique dentro da meta de 3% apenas no fim de 2027.

    “A inflação deverá atingir 5,2% até o fim de 2025, antes de convergir gradualmente para a meta de 3% até o fim de 2027”, diz o FMI. “A mudança do BC para um ciclo de aperto em setembro de 2024 foi apropriada e consistente com o retorno da inflação e das expectativas de inflação à meta de 3%”, afirma o fundo.

    “No contexto de maior incerteza da política global e expectativas de inflação acima dos níveis consistentes com a meta, manter a flexibilidade no ritmo e na duração do ciclo de alta é prudente”, defende o FMI.

    No documento, a instituição menciona ainda os “esforços” da equipe econômica do governo brasileiro para promover o equilíbrio das contas públicas, mas pondera que, para colocar “a dívida pública em um caminho firmemente descendente, abrir espaço para investimentos prioritários e facilitar um caminho de taxas de juros mais baixas, a equipe recomenda um esforço fiscal sustentado e mais ambicioso, apoiado por um quadro fiscal aprimorado, mobilização de receita e medidas de gastos”.

    Riscos globais

    Em seu relatório, o FMI aponta uma série de riscos globais para a economia, entre os quais a política tarifária levada a cabo pelo governo dos Estados Unidos.

    Segundo o fundo,“os riscos para a perspectiva de crescimento são inclinados para o lado negativo em meio à maior incerteza da política global”.

    Apesar das ameaças, aponta o FMI, o Brasil tem fundamentos sólidos e está bem preparado para um quadro internacional mais adverso.

    “Um sistema financeiro sólido, reservas cambiais adequadas, baixa dependência de dívida em moeda estrangeira, grandes reservas de caixa do governo e uma taxa de câmbio flexível continuam a apoiar a resiliência do Brasil”, conclui o órgão.