Diferente dos cães e dos humanos, os gatos têm uma organização social única, e isso influencia diretamente em seu comportamento protetor. Segundo a médica veterinária Giovana Mazzotti — especializada em felinos —, o instinto de proteção nos gatos não está ligado a parentesco, mas sim à afiliação — um vínculo social semelhante à amizade entre humanos.
Leia também
-
Além da ração: confira quais alimentos fazem bem à saúde dos gatos
-
Vitiligo também afeta cães e gatos; saiba quais os primeiros sinais
-
Por que os gatos vivem mais que cães? Ciência aponta duas razões-chave
-
Como surgiu mito que gatos têm 7 vidas
“Os gatos podem viver de forma solitária ou em colônias. Quando vivem sozinhos, não demonstram nenhum tipo de proteção a outros gatos, mesmo que sejam mãe, pai ou irmãos”, explica Mazzotti. Já os que vivem em grupo estabelecem laços com indivíduos que consideram parte da colônia, e são esses que eles estão dispostos a proteger.
Dentro dessas colônias, os gatos não apenas defendem outros felinos com quem convivem, mas também o território em que vivem. Extremamente territorialistas, eles usam todos os sentidos para reconhecer o que é familiar ou não — principalmente o olfato. “O cheiro é a principal forma de identificação entre eles. Por isso, um gato pode estranhar um companheiro que volta do veterinário, por exemplo”, detalha a veterinária.
4 imagens
Fechar modal.
1 de 4
Os gatos são bastante territorialistas
Getty Images2 de 4
As fitas chamam a atenção dos felinos
Getty Images3 de 4
Os bichanos podem viver em harmonia
Getty Images4 de 4
Oferecer brinquedos interativos deixam o pet entretido
Getty Images
Essa sensibilidade olfativa explica por que mudanças sutis, como um perfume novo ou um banho, podem causar rejeição ou conflito entre gatos que, antes, conviviam bem. Tudo o que foge ao cheiro da colônia é interpretado como ameaça.
E quando sentem que alguém do grupo está em perigo, a reação varia de acordo com o temperamento do animal. “Tem gato que bufa, mostra as garras, corre atrás ou até ataca. Outros se escondem. Isso depende do nível de afiliação e da personalidade de cada indivíduo”, explica Mazzotti.
Mesmo entre machos, quando castrados, a afiliação pode acontecer. “Eles escolhem quem são seus amigos. Não importa o grau de parentesco, o que conta é a convivência e o vínculo construído”, conclui a especialista.