MAIS

    INSS: Toffoli vai julgar suspensão de inquérito após menção a político

    Por

    O empresário Maurício Camisotti pediu ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), para suspender um dos inquéritos da Polícia Federal (PF) que investiga a farra dos descontos indevidos sobre aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelada pelo Metrópoles.

    A defesa sustenta que juízes não podem continuar a decidir sobre novos pedidos no inquérito sobre ele, que tramita na Justiça Federal em São Paulo, após a menção a um político com foro privilegiado nas investigações. Os advogados Pierpaolo Bottini e Igor Tamasauskas, que defendem Camisotti, afirmam que o inquérito deve ser suspenso até que o STF defina a competência para relatar as investigações.

    3 imagensMaurício Camisotti, dono da Total Health, recebeu R$ 10,8 milhões de associações da farra do INSS por meio de suas empresas e, em parte, na pessoa física; ele é investigado como "beneficiário final" das fraudes contra aposentadosPF fez uma teia com todas as transações financeiras entre empresas ligadas a Camisotti e associaçõesFechar modal.1 de 3

    O ministro do STF Dias Toffoli criticou o Congresso por quase quatro décadas de “omissão legislativa”.

    Rosinei Coutinho/STF2 de 3

    Maurício Camisotti, dono da Total Health, recebeu R$ 10,8 milhões de associações da farra do INSS por meio de suas empresas e, em parte, na pessoa física; ele é investigado como “beneficiário final” das fraudes contra aposentados

    Reprodução/redes sociais3 de 3

    PF fez uma teia com todas as transações financeiras entre empresas ligadas a Camisotti e associações

    Reprodução

     

    “A atual suspeita de envolvimento de detentores de foro por prerrogativa de função, matéria adstrita a competência absoluta dessa eg. Corte Suprema, nas investigações conduzidas nos autos, demanda evitar que o d. juízo de origem – que pode ser considerado incompetente – pratique novos atos decisórios maculados de nulidade”, afirmam os advogados.

    Como mostrou o colunista Fabio Serapião, do Metrópoles, um procedimento sigiloso sobre os descontos indevidos está no gabinete de Toffoli. O ministro citou a existência dessa apuração em um outro despacho, no qual pediu à PF informações sobre as investigações em andamento no âmbito da Operação Sem Desconto. Por isso, advogados de Camisotti fizeram o pedido diretamente ao ministro.

    O empresário é apontado pela PF como controlador de três entidades sob suspeita de fraude contra os aposentados. O inquérito revelou transações milionárias entre as associações e empresas ligadas a ele. Também mostrou que Camisotti e as entidades fizeram repasses ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, suspeito de pagar propina a ex-diretores do órgão.

    Relatório do Coaf

    Foi atendendo a um pedido da defesa de Camisotti que o juiz Massimo Palazzolo, da 4ª Vara Federal Criminal, anulou um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontava transações financeiras suspeitas envolvendo o empresário e as entidades ligadas a ele.

    O juiz considerou que o documento era ilegal porque foi requisitado pela Polícia Federal ao órgão, sem autorização judicial prévia. A decisão foi cassada pelo ministro Flávio Dino, do STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    Escândalo do INSS