O conflito entre Israel e o Irã no Oriente Médio continua nas manchetes da imprensa francesa. Nesta terça-feira (17), o jornal Le Parisien questiona se o regime dos aiatolás iranianos, há 46 anos no poder desde a Revolução Islâmica de 1979, terá condições de sobreviver aos ataques israelenses.
Em quatro dias da operação israelense Leão em Ascensão, observa o jornal francês, a hierarquia militar de sustentação do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, foi profundamente abalada.
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Em um organograma publicado pelo veículo, de cinco oficiais das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária iranianas diretamente abaixo de Khamenei, Israel eliminou três comandantes. Descendo na hierarquia, de 14 oficiais de segundo escalão nas duas estruturas de segurança, seis já foram mortos pelo Mossad, o serviço de inteligência exterior de Israel.
Nesta terça, quinto dia de hostilidades, Israel anunciou a morte de Ali Shadmani, um alto comandante militar iraniano considerado o mais próximo de Khamenei, em um ataque aéreo em Teerã. Os dirigentes militares iranianos estariam fugindo do país, segundo uma fonte do Exército de Israel.
A operação Leão em Ascensão permanecerá na memória da inteligência mundial, diz o Le Parisien. Fontes de segurança israelenses relataram que o planejamento da ofensiva feito pelo Mossad durou dois anos. Israel recrutou agentes em todas as esferas da sociedade iraniana, para ativá-los a qualquer momento. A grande oposição ao regime islâmico no Irã alimentou a rede de colaboradores israelenses.
Caminho sem volta?
Em seu editorial, o jornal Le Figaro afirma que Israel iniciou uma guerra que não pode se permitir perder. Segundo o diário de orientação conservadora, caso o regime dos aiatolás consiga sobreviver e preservar parte de seu programa nuclear, Teerã não apenas reconstruirá sua capacidade de causar danos, como emergirá mais forte do que antes, tendo aprendido com suas falhas e limitações.
O jornal avalia, entretanto, que o Irã se tornou ainda mais perigoso por estar encurralado. Ao optar por não esgotar as vias diplomáticas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria jogado sua principal cartada — a mais poderosa, mas também a mais arriscada — de uma só vez.
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