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    Israel x Irã: como os EUA de Trump entraram no coração do conflito

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    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde que assumiu seu segundo mandato, se colocou no posto de grande articulador de conflitos bélicos pelo mundo. Não seria diferente com Irã e Israel. Antes mesmo dos primeiros ataques israelenses, Trump já vinha tentando negociar com o país persa sobre o seu programa nuclear.

    Irã informou, na véspera de o conflito começar, que iria aumentar “significativamente” a produção de urânio enriquecido. A afirmação ocorreu três dias antes da sexta rodada de negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano.

    Em 25 de maio, Trump afirmou que poderia haver “algo de bom” acontecendo em seu esforço para limitar o programa nuclear do Irã nos “próximos dois dias”. No entanto, as negociações não evoluíram o suficiente, levando Israel a atacar no dia 13 de junho o Irã.

    Negociações entre Trump e o Irã

    • Desde que assumiu o governo dos EUA, Donald Trump diz que uma das prioridades da sua administração é impedir o avanço do programa nuclear do Irã.
    • Logo nos primeiros dias de seu segundo mandato, o líder norte-americano implementou uma “política de pressão máxima” contra Teerã por meio de novas sanções.
    • Em abril, EUA e Irã iniciaram negociações indiretas sobre um possível acordo nuclear entre os dois países. Ele incluiria o levantamento das sanções de Washington contra Teerã.
    • Os dois lados, no entanto, não chegam a um consenso sobre os termos do acordo. Os EUA colocam o fim do enriquecimento de urânio, por parte do Irã, como condição principal para o pacto. Teerã vê a exigência como inaceitável.
    • EUA e Irã chegaram a firmar um acordo nesse sentido em 2015. Trump, contudo, decidiu abandonar o pacto em 2018.
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     EUA na guerra

    É notável que os ataques ocorreram, portanto, em meio à demora nas negociações propostas pelo presidente dos Estados Unidos, que, desde o início de seu governo, afirmou que uma das prioridades de sua administração seria impedir o avanço do programa nuclear do Irã.

    “Há dois meses, dei ao Irã um ultimato de 60 dias para ‘fechar um acordo’. Eles deveriam ter feito isso! Hoje é o 61º dia. Eu disse a eles o que fazer, mas eles simplesmente não conseguiram. Agora eles têm, talvez, uma segunda chance”, havia alertado o presidente na rede Truth Social.

    João Miragaya, mestre em história pela Universidade de Tel-Aviv, assessor do Instituto Brasil-Israel e membro do podcast Do Lado Esquerdo do Muro, pontua que “Israel jamais teria realizado uma ofensiva contra o Irã sem o respaldo dos EUA”.

    Miragaya relata que, diante da entrada dos Estados Unidos na guerra, a depender “da intensidade e dos objetivos traçados em uma possível participação. É pouco provável que o Irã reúna condições militares de resistir por muito tempo às investidas dos EUA”.

    “Caso o objetivo seja a queda do regime iraniano, o conflito pode ser tornar semelhante aos que os EUA travaram no Iraque e no Afeganistão, cujos resultados não agradam a população hoje em dia”, completou Miragaya.