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    Líder do Irã ameaça punição a Israel com imagem de caveira bombardeada

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    O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, publicou, neste domingo (22/6), uma imagem de caveira com referência à bandeira de Israel e ameaçou retaliar forças israelenses. A publicação é a primeira manifestação do aiatolá depois que os Estados Unidos bombardearam três instalações de enriquecimento de urânio no território iraniano.

    “O inimigo sionista cometeu um grande erro, um grande crime; deve ser punido e está sendo punido; está sendo punido neste exato momento”, disse Khamenei em uma publicação na rede social X.

    O post é acompanhado pela imagem da caveira, com referência à bandeira de Israel, sendo bombardeada.

    6 imagens"HEBRON, CISJORDÂNIA – 21 DE JUNHO: Mísseis lançados do Irã em retaliação aos ataques israelenses são vistos no céu sobre Hebron, na Cisjordânia, em 21 de junho de 2025. (Foto de Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images)"

Vista aérea dos danos causados por um míssil lançado do IrãPoliciais israelenses em desarmamento de bombas são vistos trabalhando no local do impacto após um míssil supostamente lançado do Irã atingir a cidade de Bersheba, no sul de IsraelSeguranças caminham pelos escombros da sede da Rede de Notícias da República Islâmica do Irã (IRINN), localizada no complexo da televisão estatal do IrãPoliciais israelenses em desarmamento de bombas são vistos trabalhando no local do impacto após um míssil supostamente lançado do Irã atingir a cidade de Bersheba, no sul de IsraelFechar modal.1 de 6

    Publicação do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei

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    “HEBRON, CISJORDÂNIA – 21 DE JUNHO: Mísseis lançados do Irã em retaliação aos ataques israelenses são vistos no céu sobre Hebron, na Cisjordânia, em 21 de junho de 2025. (Foto de Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images)”

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    Vista aérea dos danos causados por um míssil lançado do Irã

    Yair Palti/Anadolu via Getty Images4 de 6

    Policiais israelenses em desarmamento de bombas são vistos trabalhando no local do impacto após um míssil supostamente lançado do Irã atingir a cidade de Bersheba, no sul de Israel

    Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images5 de 6

    Seguranças caminham pelos escombros da sede da Rede de Notícias da República Islâmica do Irã (IRINN), localizada no complexo da televisão estatal do Irã

    Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images6 de 6

    Policiais israelenses em desarmamento de bombas são vistos trabalhando no local do impacto após um míssil supostamente lançado do Irã atingir a cidade de Bersheba, no sul de Israel

    Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

    Leia também

    Escalada da tensão no Oriente Médio

    • Tropas dos Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no Irã no sábado (21/6). A ação norte-americana foi parabenizada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por uma decisão “ousada”.
    • Um dos locais bombardeados é a usina de Fordow, com capacidade para operar 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
    • Ao longo dos últimos anos, Netanyahu tentou apoio dos Estados Unidos para pôr fim ao programa nuclear do Irã. Segundo ele, a medida seria para evitar que o país persa fabricasse uma bomba atômica.
    • Depois da ação norte-americana, aliados do Irã, como os Houthis, no Iêmen, ameaçam atacar navios dos EUA no Mar Vermelho caso a potência persista na guerra.

    Pronunciamento na TV estatal

    Ali Khamenei também realizou um pronunciamento a rede de televisão do Irã, onde mencionou o presidente dos Estados Unidos e disse que a nação iraniana não tem medo de ameaças.

    O aiatolá classificou a ação militar de Israel como “estúpida e maliciosa”. “Enquanto funcionários do governo negociavam direta e indiretamente com o lado norte-americano, não houve nenhuma questão do Irã que indicasse que houve uma ação militar ou uma ação dura e severa.”

    O líder iraniano sugeriu que os Estados Unidos estão envolvidos nas ofensivas israelenses e afirmou que a suspeita tem se fortalecido diante de declarações de autoridades norte-americanas.

    Khamenei criticou a ameaça feita por Donald Trump e rejeitou qualquer indicação de rendição, o que chamou a medida de “ridícula”. “Ele ameaça e, com uma declaração ridícula e inaceitável, pede explicitamente à nação iraniana que venha e se renda a mim! Quando uma pessoa observa essas coisas, fica verdadeiramente surpresa.”

    A declaração de Khamenei acontece em meio a novos ataques de Israel contra o território iraniano. As forças militares israelenses anunciaram uma nova ofensiva contra alvos militares no oeste do Irã.

    Reunião de emergência na ONU

    Diante da escalada de tensão no Oriente Médio, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma reunião de emergência para discutir o conflito. Durante a reunião, houve uma troca de acusações entre Irã e Rússia contra Israel e Estados Unidos.

    “EUA confirmaram que para garantir sua hegemonia mundial, estão preparados para cometer qualquer crime em violação das leis internacionais”, disse o embaixador da Rússia na ONU, Vasily Alekseyevich Nebenzya.

    Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que o envolvimento dos Estados Unidos no conflito “marca uma virada perigosa em uma região que já está em crise.”

    A ofensiva de Netanyahu contra o Irã foi intensificada em 13 de junho, com a justificativa de que o país persa estaria próximo de construir uma bomba nuclear. O Irã, no entanto, nega todas as acusações.

    Acordo anterior

    Em 2013, foi fechado o primeiro acordo entre o Irã e potências mundiais para impor limites ao programa nuclear iraniano. Em troca, o país persa teria um alívio nas sanções internacionais, estimadas em US$ 7 bilhões ao Irã, na época.

    Já em 2015, Benjamin Netanyahu tentou convencer o Congresso dos Estados Unidos a colocar freios nas negociações do então presidente Barack Obama com o Irã. Segundo o líder israelsense, a decisão irá ajudar os iranianos a montar uma infraestrutura capaz de construir uma bomba nuclear.