O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, afirma haver indícios de uma “estrutura estável” e dividida operando com o intuito de “sabotar” o Poder Judiciário brasileiro, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado petista sustenta que integrariam a suposta organização pelo menos o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, o influenciador Paulo Figueiredo Filho e o deputado federal Filipe Barros (PL-PR).
“Os indícios apontam para uma estrutura estável e funcionalmente dividida, composta por pelo menos Eduardo Bolsonaro, Jair Messias Bolsonaro, Paulo Figueiredo Filho, Felipe Barros, entre outros agentes ainda em apuração, cujo objetivo comum é sabotar, obstruir ou interferir diretamente nas funções típicas do Poder Judiciário brasileiro, especialmente no julgamento da trama golpista em curso no Supremo Tribunal Federal”, diz trecho de manifestação do líder do PT à Polícia Federal.
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Deputado federal Lindbergh Farias chega à PF para depor em inquérito contra Eduardo Bolsonaro
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O entendimento de Lindbergh na Câmara dos Deputados é que Bolsonaro financiaria o filho. Já o influenciador e “neto do ditador João Figueiredo” – presidente do país durante o regime militar (1979-1985) – atuaria na internet para desmoralizar as instituições brasileiras .
“O Paulo Figueiredo, que a gente pede para que seja incluído no inquérito, ele está denunciado na trama golpista. Ele chega a divulgar o nome de pessoas que foram enviadas ao Departamento de Estado norte-americano. Não sei se vocês têm acesso. Dão os nomes. Então, eles não escondiam que a intenção era intimidar, que a intenção era, de alguma forma, interferir no curso de um julgamento”, diz Lindbergh na manifestação à PF.
Já o deputado Filipe Barros exerceria o papel de articulador dos interesses do grupo brasileiro com autoridades norte-americanas. “Filipe Barros diz que combinou com (o deputado dos EUA) Cory Mills de criarem ‘um grupo de trabalho que trocará informações importantes sobre a democracia brasileira e possíveis interferências no nosso processo eleitoral’”, diz Lindbergh à PF.
O deputado norte-americano pela Flórida Cory Mills, do mesmo partido do presidente Donald Trump, tem levado as questões levantadas por Eduardo Bolsonaro às autoridades dos Estados Unidos. No último dia 21 de maio, durante uma sessão parlamentar, Mills afirmou ao secretário de Estado norte-americano que o Brasil estaria experimentando um período de “censura” e “perseguição política”.
“A gente documenta também o encontro anterior com Eduardo Bolsonaro e com Paulo Figueiredo, esse cidadão que já é denunciado por um golpe nessa trama golpista, que está participando de todas as articulações. O Departamento de Estado, quando fala aqui de falta de liberdade, quando fala de censura do Brasil no Twitter, o Departamento de Estado foi numa quarta-feira. A gente demonstra que na sexta-feira o Eduardo Bolsonaro esteve no Departamento de Estado falando com o encarregado para a América Latina. Então a gente vai fazendo tudo isso”, acrescenta o líder do PT na Câmara na manifestação enviada à PF.
Depoimento
Lindbergh foi chamado a prestar esclarecimentos no inquérito que apura a possível atuação de Eduardo Bolsonaro com o objetivo de restringir a atuação do STF para atentar contra a soberania nacional.
A abertura do procedimento investigativo foi acatada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes após uma demanda de Lindbergh e pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Por causa da apuração, Lindbergh teve de comparecer na tarde desta segunda-feira (2/6) à sede da Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos.
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Para o deputado petista, Eduardo Bolsonaro age nos Estados Unidos com o intuito de constranger e dificultar a atuação do STF no processo que apura a suposta trama golpista iniciada em 2022 com o intuito de impedir a posse do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).