O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, foi evacuado para um bunker subterrâneo ao nordeste de Teerã, capital do país, horas depois de Israel começar seus ataques na última sexta-feira (13/6). A informação é do Iran International.
Khamenei estaria com toda a sua família no abrigo, localizado em Lavizan. O líder já teria se refugiado no mesmo bunker anteriormente: quando o Irã lançou seus ataques contra Israel, em abril de 2024, e em outubro do mesmo ano.
Além disso, de acordo com o veículo, Israel não assassinou Khamenei na primeira noite da nova operação, em 12 de junho, para lhe dar uma última chance de abandonar completamente seu programa de enriquecimento de urânio. O jornal cita uma fonte diplomática do Oriente Médio.
O que está acontecendo
- Depois de diversas ameaças, Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O foco da operação foi o programa nuclear iraniano.
- Ao longo da última semana, a retórica militar entre os dois países aumentou. Há alguns dias, o governo iraniano afirmou que atacaria Israel caso seu programa nuclear fosse atingido.
- O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, é impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear.
- Como resposta à operação israelense Leão Ascendente, o Irã lançou um exército de drones e mísseis contra o território de Israel.
- Em um pronunciamento no sábado (14/6), o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva deve continuar. Ele prometeu ataques contra todas as bases iranianas.
- Ataques entre os países chega ao quarto dia seguido neste domingo (15/6).
Leia também
Ataques continuam
O Irã deu início a uma nova ofensiva contra Israel em “resposta decisiva” ao ataque que matou o chefe da inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica e seu vice, neste domingo (15/6). A operação do Irã, batizada de Operação Promessa Verdadeira 3, incluiu “centenas de mísseis balísticos diversos” visando prédios residenciais e infraestrutura em Israel.
As mortes do brigadeiro general Mohammad Kazemi e seu vice, Hassan Mohaqiq, militares de alto escalão da inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica foram confirmadas depois que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou, em uma entrevista à Fox News, que “temos o chefe de inteligência deles e seu vice em Teerã”.
As Forças de Defesa de Israel (IDF), por sua vez, afirmam ter concluído uma “extensa” onda de ataques aéreos no Irã com o objetivo de destruir a capacidade de fabricação de armas. A Marinha de Israel afirma ter interceptado mais de 100 Veículos Aéreos Não Tripulados (UAVs), disparados pelo Irã desde o início da operação.
6 imagens
Fechar modal.
1 de 6
Teerã coberta de fumaça e poeira após as explosões de um ataque aéreo israelense
Getty Images2 de 6
Ataque a aeroporto de Mashhad no Irã. Israel alega ter atingido avião-tanque.
Redes sociais3 de 6
Prédio destruído em Tel Aviv após ataque iraniano
Getty Images4 de 6
Luzes dos mísseis no céu de Israel
Getty Images5 de 6
Mísseis vistos sobre Haifa, em Israel
Reprodução / IRNA News (agencia estatal iraniana)6 de 6
Explosões são vistas sobre cidades israelenses
Reprodução / redes sociais
Os ataques tiveram como alvo a infraestrutura pertencente ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, à Força Quds da Guarda, um dos cinco ramos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e às forças armadas do Irã, diz a IDF. “Vários locais de produção de armas em todo o Irã foram alvos”, dizem os militares.
O prédio do Ministério das Relações Exteriores do Irã, localizado em Teerã, chegou a ser atingido por um míssil israelense, também neste domingo (15/6). De acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, vários civis ficaram feridos no ataque e precisaram ser levados ao hospital.
Vítimas do conflito
O número de mortos no conflito no Oriente Médio subiu e chegou a 224 no Irã, e 14, em Israel, após o terceiro dia consecutivo de ataques mútuos. A guerra entre os dois países entrou no quarto dia, neste domingo (15/6).
Citando o Ministério da Saúde do Irã, a mídia estatal do país informou que 224 pessoas morreram desde o último dia 12 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram a operação “Leão Ascendente”. Outras 900 ficaram feridas.
Apesar do governo Benjamin Netanyahu afirmar que os ataques visam, principalmente, instalações nucleares e alvos militares, o governo do Irã diz que a maioria dos mortos no país são civis.
Já em Israel, o número de vítimas dos bombardeios iranianos também aumentou. Até o momento, autoridades relatam que 14 pessoas morreram – todas civis, incluindo três crianças.