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Maceió investe em São João Raiz e se destaca como capital da tradição

Maceió investe em São João Raiz e se destaca como capital da tradição

Cidade cenográfica, diversos espaços instagramáveis, forró à beira-mar e festivais culturais que exaltam as raízes e tradições nordestinas. Isso é um pouco do que a capital Maceió tem a oferecer nesta época do ano ao investir em uma das formas mais tradicionais e autênticas para celebrar as festas juninas: o São João raiz.

Inclusive, reunindo o Forró Raiz, o Festival Municipal de Coco de Roda e o Festival Municipal das Quadrilhas Juninas, a prefeitura de Maceió lançou, no último dia 4 de junho, oficialmente, o São João Raiz da cidade, que segue até o fim deste mês.

Forró Raiz para todos os públicos

O Forró Raiz, por exemplo, ocorre à beira-mar de Maceió, na orla do bairro Pajuçara, com forró todo dia, a partir das 17h30, até 30 de junho.

Os moradores da região que costumam caminhar e correr pela orla do bairro acabam até parando os exercícios para apreciar as decorações juninas e as apresentações de trios de forró pé de serra e grupos culturais.

Rosineri Costa, contadora aposentada de 70 anos, é prova viva disso. Ao caminhar pelo local, não resistiu ao ouvir o trio de forró começar a apresentação e logo parou para assistir.

“O nosso São João é lindo, é maravilhoso, e falo isso para todo mundo com muito orgulho. É tudo gratuito, então eu posso, simplesmente, sair de casa e escolher: vou assistir o Coco de Roda hoje ou ir dançar um forrozinho? Hoje, eu escolhi o forró”, contou.

Fotografia colorida mostrando mulher tirando foto com dançarinos de quadrilha junina-MetrópolesRosineri Costa tira fotos com atores vestidos de dançarinos de quadrilhas juninas durante programação do São João Raiz

E quem pensa que apenas as pessoas se divertem no São João Raiz de Maceió, precisa conhecer a cidade pessoalmente, afinal, até os pets têm espaço na festa. Maria Cícera, 58, compartilhou que, há 4 anos, não sabe mais o que é dançar forró sozinha, pois a fiel amiga, Pepinha, uma cadelinha pinscher de 10 anos, sempre a acompanha.

“Ela é a minha companhia no forró e não gosta quando eu paro de dançar, não, viu? Parei agorinha para tirar algumas fotos e ela latiu para mim, brava, porque eu não estava mais dançando. Amo forró pé de serra, mas Pepinha, com certeza, ama muito mais do que eu”, brincou.

Coco de Roda: unindo dança, música e poesia

Enquanto uns escolheram aproveitar o forró na orla de Pajuçara, outros optaram por assistir as apresentações dos grupos de Coco de Roda no bairro histórico de Jaraguá.

É no estacionamento do Mercado das Artes 31 que ocorre o Festival Municipal de Coco de Roda, promovido pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com a Liga dos Cocos de Roda de Alagoas.

No local, um grupo chamou a atenção do público: o Coco de Roda Pisa Miudinho, formado por mulheres e homens idosos. O grupo conta com 20 integrantes, sendo 17 mulheres e três homens.

A dançarina e compositora do Pisa Miudinho, Cida Lins, 73, explica o que é o Coco de Roda: “O que vamos apresentar aqui hoje é um dos nossos folclores mais antigos e que resiste até os dias atuais. É a expressão cultural que une dança com música e poesia. O Coco de Roda é alegria, é a paixão pela tradição e por nossas raízes”.

Dançarina e compositora do Coco de Roda Pisa Miudinho, Cida Lins

A integrante mais velha do Pisa Miudinho, Rita Moura, de 90 anos, destaca a importância da valorização e reconhecimento do Coco de Roda para manter viva a história e cultura de Maceió.

“É lindo ver essa estrutura que a prefeitura montou. Tenho 90 anos e, hoje, posso fazer o que amo aqui, que é dançar o Coco de Roda para todas essas pessoas. Tem gente que nem é de Maceió, mas vem nos assistir”, declarou. “Estamos aqui mantendo viva essa tradição que é o Coco de Roda, mostrando aos jovens e aos mais velhos a beleza da nossa cultura.”

A estudante de Publicidade e Propaganda, Emilly Plens, 19, veio do interior de São Paulo para conhecer o São João de Maceió, e confessou que ficou encantada com a quantidade de eventos e atividades culturais na cidade.

“Esta é a minha primeira vez em Maceió e estou com uma expectativa a mil para este São João. Eu vim nesta época justamente para isso, para assistir apresentações como esta do Coco de Roda, que acabam contando muito da história e da cultura da cidade. As roupas, as cores, as músicas, é tudo tão vibrante. É realmente uma festa linda”, ressaltou.

Quadrilhas juninas: sinônimo de tradição

As apresentações de Coco de Roda encerraram em 15 de junho e abriram caminho para o Festival Municipal de Quadrilhas Juninas, que ocorre até 20 de junho, também no estacionamento do Mercado das Artes 31.

E mesmo quem dança há 18 anos em quadrilha junina não consegue segurar a emoção e a expectativa para mais um ano de apresentações. Esse é o caso do Luiz Neto, que dança em quadrilhas juninas desde 2007.

O fisioterapeuta de 37 anos já passou por três grupos, mas, desde 2012, ocupa o posto de dançarino na Luar do Sertão, quadrilha junina de Maceió, tricampeã brasileira, tricampeã nordestina e, ainda, tricampeã da Rede Globo Nordeste. O grupo é considerado uma das quadrilhas juninas mais premiadas do Brasil.

“Fazer parte desse currículo gigantesco que a Luar do Sertão tem é muito satisfatório e muito importante. É o lugar onde consigo esquecer de tudo, todos os problemas. É esquecer de todo o resto e viver aquele momento mágico”, afirmou ele, que também é diretor de acolhimento do grupo.

O presidente da quadrilha junina, o administrador José Claudio Menezes, 59, lembrou do apoio da prefeitura de Maceió na realização do festival.

“A prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural, tem oferecido aos grupos juninos a infraestrutura no bairro de Jaraguá, que atende bem aos grupos. Para além disso, há o repasse no valor de R$ 10 mil para cada quadrilha junina.”

Ao centro da imagem, Luiz Neto, dançarino da quadrilha junina Luar do Sertão

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