O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Meta informe, em até 24 horas, o e-mail, o número de celular e eventuais dados cadastrais vinculados a uma conta no Instagram que, supostamente, teria sido utilizada pelo ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
A decisão foi tomada após reportagem da revista Veja apontar que Cid teria mentido em interrogatório ao Supremo, ao utilizar uma conta nas redes sociais — supostamente, da esposa — para se comunicar com integrantes do círculo bolsonarista. Ocorre que, no período em que as mensagens eram publicadas pelo tal perfil, o ex-ajudante não podia utilizar redes sociais.
Leia também
-
Farra do INSS: ministro do STF pede processos e dados sobre inquéritos
-
STF: general pede desculpa a advogado por se irritar em interrogatório
-
Moraes vota por 17 anos para mulher do áudio no 8/1: “Quebramos o STF”
-
Atitude de general em julgamento no STF é criticada por advogados
O cerco também se fechou durante o interrogatório, quando a defesa do ex-presidente Jair Bolsnaro (PL) questionou Cid sobre a utilização dessa conta — posteriormente, apagada na plataforma.
Além das informações sobre o login, Moraes determinou, ainda, que a Meta informe se há outros acessos vinculados à conta @gabrielar702, por meio de navegadores de internet em notebooks e computadores, no período de 1º de maio de 2023 a 13 de junho de 2025.
Defesa
Em manifestação encaminhada ao STF na noite desta sexta-feira (13/6), a defesa do ex-ajudante de ordens pediu que seja aberta uma apuração sobre o paradeiro da conta citada na revista. Os advogados afirmam que a informação divulgada é falsa e que o perfil nunca foi utilizado por ele.
“Para além disso, basta uma leitura leiga, e até simplista, que pode ser comparada com todas as mensagens extraídas de seu celular que estão colacionadas na ação penal a que responde, para se perceber que as expressões utilizadas por quem as escreveu não são de autoria de Mauro Cid”, afirmam os advogados.
“Aliás, há assuntos como a quantidade de anexos contidos na colaboração premiada que nunca foram tratados quando dos depoimentos na Polícia Federal; erros crassos de concordância verbal, a forma equivocada de se referir aos Generais das Forças Armadas, entre outros, destaca-se a forma grosseira, quase analfabeta, com que foram construídos os diálogos e que jamais poderiam ser de autoria de Mauro Cid, tratando-se de mais uma miserável fake news que é tão combatidas por esse Supremo Tribunal”, prosseguem.
Cid, por meio de seus advogados, destacou que sempre respeitou as decisões do STF e que cumpre fielmente os termos do acordo de colaboração premiada, inclusive quanto ao “sigilo e demais cautelares diversas da prisão que lhe foi concedido”.
A defesa ainda alfinetou os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao afirmar que o questionamento apresentado por eles limitou-se a juntar “qualquer prova nos autos da ação penal, ao que parece, preferindo fazer repercutir na mídia”.