O empresário Felipe Fagundes Parreira, 20 anos, foi preso no último sábado (31/5), após agredir com uma chave de roda um jovem de 27 anos. A violência física teria ocorrido após uma colisão no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES). Detido por embriaguez ao volante, injúria e lesão corporal, o agressor acabou liberado depois de pagar R$ 5 mil como fiança.
A vítima da agressão é amiga do motorista de aplicativo Thyago Raniery Alves de Araújo, 26, que atingiu com um BYD a traseira do automóvel de Felipe, uma Mercedes-Benz.
O homem agredido e mais quatro conhecidos, todos da mesma profissão e colegas de Thyago, foram chamados pelo amigo para o local da colisão, por estarem em uma festa na área.
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Thyago alegou que Felipe dirigia no meio de duas faixas da pista e em velocidade bem abaixo da máxima permitida. Porém, ao tentar desviar do empresário, acabou batendo na traseira do outro veículo.
O motorista de aplicativo transportava uma passageira e teria aguardado um tempo dentro do próprio carro após a colisão. Quando os colegas dele chegaram, os seis teriam sido xingados e ameaçados pelo empresário, que aparentava estar alcoolizado.
“Vocês não sabem com quem estão mexendo. Vocês [motoristas de aplicativo] são uma desgraça. Vocês não têm dinheiro”, teria dito Felipe, segundo depoimento de Thyago.
Discurso desconexo
Após verificarem que o veículo do motorista de app tinha uma vazamento de combustível, os amigos dele ficaram preocupados e acionaram o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
Nesse momento, Felipe teria pegado uma chave de roda e batido com ela no rosto de um dos amigos de Thyago. A vítima precisou levar sete pontos, e a agressão foi flagrada pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que chegava ao local da ocorrência e abordou o empresário.
Depois de ser atendido pelo CBMDF, o amigo de Thyago foi levado para o Hospital de Base (HBDF), onde recebeu vacina antitetânica, e, depois, encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), para depor.
Os policiais militares comunicaram durante o registro de ocorrência que acharam Felipe no local do acidente em estado alterado, com discurso desconexo e com odor etílico.
Além disso, o empresário se recusou a soprar o bafômetro, mas a perícia do Instituto de Medicina Legal (IML) concluiu que ele havia ingerido bebida alcoólica.
Versão de Felipe
Felipe alegou que Thyago estava a mais de 100km/h e que a velocidade da via que era de 60km/h. Ele acrescentou que, após a colisão, foi cercado pelos motoristas de aplicativo e que agrediu o amigo do motorista de aplicativo para revidar um soco recebido.
Os dois carros acabaram guinchados do local do acidente, por estarem com a documentação irregular, segundo a PMDF, e pelo fato de os motoristas envolvidos não terem entrado em acordo em relação aos pagamento dos prejuízos materiais.
Por um lado, a vítima agredida pretende protocolar uma representação criminal contra Felipe, devido à violência sofrida, mas não pela injúria – decorrente dos xingamentos aos motoristas de aplicativo.
Por outro, o empresário quer intimar judicialmente a vítima, sob a alegação de que recebeu um soco no rosto.