Portal Estado do Acre Notícias

Mulher suspeita de envenenar nora é investigada pela morte da filha

mulher-suspeita-de-envenenar-nora-e-investigada-pela-morte-da-filha

Mulher suspeita de envenenar nora é investigada pela morte da filha

A Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, investiga se Elizabete Arrabaça, de 67 anos, presa junto com o filho pela suspeita ter matado envenenada em março deste ano a professora Larissa Rodrigues, de 37, também tenha envolvimento na morte da própria filha, Nathalia Garnica, de 42 anos, em fevereiro.

Na última quarta-feira (18/5), a polícia divulgou que um laudo do Instituto Médico Legal (IML) identificou a presença de chumbinho no corpo de Nathalia Garnica, mesmo veneno que matou a professora Larissa Rodrigues.

Larissa foi encontrada morta em 22 de março e um laudo toxicológico também detectou a presença de chumbinho em seu corpo, o que levou à prisão de seu marido, o médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, e de sua sogra, Elizabete Arrabaça, em 6 de maio (entenda abaixo).

Um mês antes, em fevereiro, Nathalia havia sido encontrada morta pela mãe e o caso fora registrado como morte por causas naturais. Porém, com a confirmação de que Larissa foi morta por envenenamento, a polícia suspeitou que Nathalia também tivesse sido vítima da família. Por isso, ela teve seu corpo exumado a pedido do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) em Ribeirão Preto, e os exames confirmaram a suspeita.

“Até então nós não tínhamos nenhuma posição a respeito da morte da Nathalia, mas com o laudo está claro que houve um crime macabro, pelo que a gente tem percebido, porque envolve a sua mãe inicialmente. A investigação está correndo nesse sentido para saber qual é o eventual envolvimento de outras pessoas”, disse o delegado responsável pelo caso Fernando Bravo, em coletiva de imprensa na quarta-feira (18/6).

O médico Luiz Antonio Garnica também é investigado pelo envolvimento na morte da irmã e a sua defesa foi avisada, segundo o delegado.

De dentro da cadeia, Elizabete Arrabaça escreveu uma carta em 31 de maio em que afirma Larissa Rodrigues morreu após tomar um remédio que estava com veneno de rato na noite anterior à morte. De acordo com ela, nem ela nem a nora sabiam disso, e que as duas tomaram o medicamento por estarem com dor no estômago. No texto, a mãe acusa a filha Nathalia Garnica de ter colocado o veneno em cápsulas de omeprazol. A carta foi anexada pela defesa ao inquérito policial.

De acordo com a polícia, há indícios de que Elizabete mentiu no texto. “Naquela carta que a Elizabete encaminhou, direcionada para o juiz, ela tenta se eximir da culpa, porém os laudos indicam que substâncias químicas diferentes [foram ministradas nos dois casos]. O da morte da Larissa tem um princípio ativo e o da morte da Natália tem outro, então isso demonstra que ela está mentindo”, alegou o delegado Fernando Bravo.

Leia também

Em nota ao Metrópoles, a defesa de Elizabete nega seu envolvimento no envenenamento da nora, assim como no de sua filha. Os próximos passos serão analisados após a oitiva de testemunhas e o interrogatório de Garnica e sua mãe.

A defesa aguarda o julgamento de um pedido liminar em um novo habeas corpus impetrado junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). “Entendemos que, independente dos fatos, Elisabete não deveria estar em prisão temporária, pois seu decreto carece de fundamento, bem como, pelo seu comprovado estado de saúde, deveria, alternativamente, estar em prisão domiciliar.”

As autoridades agora se debruçam sobre os dois inquéritos policiais em andamento, um sobre a morte de Larissa e o outro de Nathalia. A equipe analisa celulares, computadores, testemunhos, imagens, documentos e outros dados.

Entenda o caso

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que diligências prosseguem visando o total esclarecimento dos fatos.

Traição

De acordo com o delegado Fernando Bravo, Luiz Garnica usou uma relação extraconjugal como álibi na investigação sobre a morte da esposa. O médico saiu de casa durante a tarde do dia 21 de março, foi ao cinema com a amante e passou a noite fora. Uma denúncia anônima enviou à polícia uma fotografia de Garnica e a mulher com quem ele mantinha um caso em um local público. Ela foi ouvida durante a investigação e confirmou o caso.

No dia seguinte (22/3), o médico relatou à polícia que encontrou Larissa desfalecida no banheiro do apartamento deles, localizado no bairro Jardim Botânico, zona sul da cidade.

“A traição ficou comprovada desde o início da investigação. Foi o álibi que ele apresentou do dia anterior à morte dela. Ele confirmou que estava no cinema com a menina e passou a noite fora de casa”, disse Fernando Bravo.

7 imagensFechar modal.1 de 7

A professora Larissa Rodrigues

Reprodução/Redes sociais2 de 7

Luiz Antonio Garnica e Larissa Rodrigues

Reprodução/Redes sociais3 de 7

A professora Larissa Rodrigues

Reprodução/Redes sociais4 de 7

Luiz Antonio Garnica

Reprodução/Redes sociais5 de 7

A professora Larissa Rodrigues

Reprodução/Redes sociais6 de 7

Médico Luiz Antonio Garnica foi preso

Divulgação/Polícia Civil7 de 7

Médico Luiz Antonio Garnica foi preso

Divulgação/Polícia Civil

Além de prestar depoimento, a amante teve o celular apreendido. “Todo mundo é suspeito. Nós estamos investigando ela também. Mas até agora, não apareceu nenhum indício de que ela tivesse participação na morte”, explicou.

Dia da prisão

A Polícia Civil cumpriu os mandados de prisão temporária contra Garnica e Elizabete em 6 de maio, depois de o laudo toxicológico apontar a presença de chumbinho no corpo de Larissa. O médico foi detido enquanto trabalhava em um consultório em Ribeirão Preto. A mãe dele foi presa no Jardim Irajá.

Em entrevista coletiva, o delegado Fernando Bravo afirmou que uma testemunha disse que a mãe do médico estava procurando chumbinho. “Ontem nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte. Então isso nos trouxe uma segurança que ela, juntamente com o filho, matou a Larissa.”

Bravo afirmou, ainda, que o comportamento do médico no momento em que as autoridades chegaram ao apartamento onde a professora foi achada morta chamou a atenção da polícia. “A participação dele ficou bem evidente para nós pela forma que ele encontrou a Larissa. Ela já estava com rigidez cadavérica e ele tentava limpar o apartamento como se fosse tentar desfazer as provas para a perícia técnica não detectar uma prova contra ele, então isso nos deu segurança para pedir a prisão dos dois.”

A polícia trabalha para descobrir também como foi obtida a substância e a motivação do crime. Segundo o delegado, a sogra foi a última pessoa a ver Larissa com vida na véspera da morte. A investigação também apontou que a mulher pesquisou onde encontrar o chumbinho: “Ela chegou a ligar para uma amiga que é fazendeira para saber se ela tinha essa substância na fazenda. Quando a amiga disse que não, ela pediu indicação de lugar para comprar, mas não foi fornecido ou indicado”.

Sair da versão mobile