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    Na Paulista, Gayer exibe áudios de ministros do STF e fala em inglês

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    O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) exibiu trechos de falas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e finalizou o seu discurso com uma fala em inglês direcionada à imprensa internacional durante o ato em desagravo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, neste domingo (29/6), que teve transmissão ao vivo no canal do YouTube do Metrópoles. O parlamentar acusou ministros de perseguirem Bolsonaro enquanto reproduzia falas de Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Carmen Lúcia.

    O primeiro áudio que Gayer reproduziu foi de Alexandre de Moraes, em que o ministro dizia que “a internet deu voz aos imbecis”, durante um discurso de 2022 no Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador. Logo após o áudio, o parlamentar rebateu: “A internet deu voz aos imbecis? A internet deu voz ao povo. As redes sociais acabaram com a estrutura de poder e hoje cada um de vocês pode falar o que você pensa”, disse o parlamentar.

    29 imagensSilas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro em ato na Avenida PaulistaTarcísio de Freitas chega a ato na Avenida PaulistaO ex-presidente Jair Bolsonaro chega a ato na Avenida Paulista - MetrópolesBia Kicis ao lado de Bolsonaro em ato na Avenida PaulistaValdemar Costa Neto chega a ato na Avenida PaulistaFechar modal.1 de 29

    O ex-presidente Jair Bolsonaro chega a ato na Avenida Paulista – Metrópoles

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    Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista

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    Tarcísio de Freitas chega a ato na Avenida Paulista

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    O ex-presidente Jair Bolsonaro chega a ato na Avenida Paulista – Metrópoles

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    Bia Kicis ao lado de Bolsonaro em ato na Avenida Paulista

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    Valdemar Costa Neto chega a ato na Avenida Paulista

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    Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista

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    Carlos Bolsonaro chega a ato na Avenida Paulista

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Ato está marcado para às 14h

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    Cartazes em inglês prestam apoio a Trump e Eduardo Bolsonaro durante ato bolsonarista em São Paulo

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    Manifestantes exibem faixas pedindo “Justiça Já”

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    Cartaz faz referência à anistia aos presos pelos atos de 8 de Janeiro

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    Grupo bolsonarista começa a se concentrar pela manhã na Paulista, horas antes do início oficial do ato

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    Ato bolsonarista repete pautas já vistas em manifestações anteriores, como críticas ao Supremo e pedidos de anistia

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    Esta é a 6ª vez que Bolsonaro convoca apoiadores para a ruas desde que deixou a Presidência da República

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    Governadores Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Jorginho Mello e Cláudio Castro participam do ato

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    Apenas o governador de São Paulo deve discursar

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    Apoiadores de Jair Bolsonaro ocupam a Avenida Paulista neste domingo (29/6) com bandeiras do Brasil, Israel e EUA

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Manifestantes participam de ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo

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    Ato convocado por Jair Bolsonaro na Paulista

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    Ato convocado por Jair Bolsonaro na Paulista

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    Ato convocado por Jair Bolsonaro na Paulista

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    Em seguida, o deputado exibiu uma fala do ministro Flávio Dino, em que ele afirmava que “esse tempo da autorregulação, da ausência de regulação, da liberdade de expressão como valor absoluto, que é uma fraude, que é uma falcatrua, esse tempo acabou no Brasil”. Dino deu essa declaração enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, em 2023, durante uma reunião de reação à ameaças virtuais de ataques em escolas do Brasil.

    “De acordo com esse ministro da nossa Suprema Corte, esse tempo de liberdade de expressão acabou. Acabou! E não vai acabar! Sabe por quê? Porque nós estaremos aqui todas as vezes que o nosso capitão chamar. Nós estaremos nas ruas lutando pelo nosso país, pela nossa liberdade, quantas vezes forem necessárias”, afirmou Gayer.

    Gustavo Gayer também reproduziu um áudio do presidente do STF Luís Roberto Barroso. “Nós derrotamos a censura! Nós derrotamos a tortura! Nós derrotamos o bolsonarismo!”, disse o magistrado enquanto discursava no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em julho de 2023. O deputado rebateu Barroso, afirmando que o bolsonarismo “nunca esteve tão forte quanto agora”.

    A última fala que Gayer reproduz é da ministra Cármen Lúcia, em uma fala recente, da última quinta-feira (26/6). “Mas também não se pode permitir que estejamos numa ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos”, disse a magistrada durante votação que decidiu que o artigo 19 do Marco Civil da Internet, o que trata de responsabilidade das redes sociais, é parcialmente inconstitucional.

    Gayer afirmou a multidão de apoiadores que Cármen Lúcia votou para “censurar a todos nós”. “(…) 213 milhões de tiranos? Nós que estamos dando a nossa vida, Bolsonaro que está dando literalmente o sangue dele por liberdade, por democracia, por transparência, por devido processo legal, nós estamos lutando contra os tiranos! E somos perseguidos por isso!”, disse o deputado.

    Fala em inglês

    Ao final de sua fala, o deputado federal pede licença para Bolsonaro e afirma que vai passar um recado em inglês porque sabia que haveria “olhos atentos” nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo para o que estava acontecendo no ato.

    “Então, presidente, seguindo o seu exemplo do popcorn e ice cream sellers”, começou Gayer, em referência à fala de Bolsonaro no ato de abril deste ano que viralizou, sobre as pessoas julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas de 8 de janeiro. “I don’t speak English”, respondeu o ex-presidente. Então, Gayer começa a discursar em inglês.

    “We are freedom loving people of Brazil! We are once again on the streets to fight for our freedom! Our country is on the brink of becoming a dictatorship! But this man is fighting it!”, começa o deputado, dizendo que o povo brasileiro é descrito como amante da liberdade, que mais uma vez as ruas estariam sendo ocupadas em defesa dela, e que o país estaria prestes a se tornar uma ditadura, condição que, segundo ele, estaria sendo combatida por Bolsonaro.

    “This man is giving his life for all of us! Understand what’s happening here, because it will happen in your country! Our judiciary system is the greatest risk for our democracy! But we will not give up! We will continue fighting!”, continua Gayer, afirmando que Bolsonaro estaria se sacrificando em nome da população, e que o que acontece no Brasil poderia se repetir em outros países. O sistema Judiciário brasileiro é apontado pelo deputado como o maior risco à democracia.

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    Ao final da fala do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro usa o slogan do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao falar ““Make Brazil great again”. 

    Ato pró-Bolsonaro

    Esta é a sexta vez que Bolsonaro convoca apoiadores para a ruas desde que deixou a Presidência da República, no fim de 2022. O slogan da manifestação deste domingo é “Justiça Já” e as críticas se concentram ao julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado.

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    Bolsonaristas que começaram a se aglomerar pela manhã, antes do ato, marcado para 14h, levaram bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos (EUA), dispostas, lado a lado, além de cartazes destinados ao presidente norte-americano Donald Trump.

    Na lista de aliados presentes no ato organizado pelo pastor Silas Malafaia, estão o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e aliados no Congresso Nacional, como o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL), a deputada Bia Kicis (PL) e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Caroline de Toni (PL).

    Mobilização popular

    • Os números do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da USP, mostram que, ao longo do tempo, as manifestações bolsonaristas perderam a capacidade de adesão.
    • Em 25 de fevereiro do ano passado, o ex-presidente levou 185 mil pessoas à Avenida Paulista. Em 6 de abril deste ano, 44,9 mil pessoas foram à última manifestação, em São Paulo – uma redução de 75%.
    • No período entre os dois atos, ainda houve outros três protestos de aliados de Bolsonaro. Em 21 de abril, o monitor da USP mediu 32,7 mil pessoas em um ato em Copacabana. Já no Dia da Independência do ano passado, 7 de setembro, 45,4 mil pessoas estiveram na Paulista.
    • No dia 16 de março deste ano, 18,3 mil pessoas se manifestaram em apoio a Bolsonaro no Rio de Janeiro.