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“Não podemos normalizar”, diz delegado alvo de ataques preconceituosos

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“Não podemos normalizar”, diz delegado alvo de ataques preconceituosos

O delegado da Polícia Civil de São Paulo Rodrigo Correa Baptista foi alvo de ataques preconceituosos em que pessoas ofenderam, via perfis de redes sociais, a sua aparência em uma publicação feita por uma página de jornalismo esportivo.

No vídeo, Rodrigo comentava sobre o último inquérito policial que presidiu, no qual indiciou o jogador do São Paulo Damian Bobadilla por um caso de xenofobia durante uma partida válida pela sexta rodada da Copa Libertadores.

No dia 27 de maio, no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo, o jogador do time tricolor chamou o atleta Miguel Navarro, do Talleres, de “venezuelano morto de fome.”

Apesar do assunto, e de estar falando sobre um caso de preconceito e intolerância, centenas de comentários deram foco na aparência do delegado, especialmente em um dos seus olhos. Alguns desmereciaM o trabalho de Rodrigo como investigador do caso.

Veja:

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Delegado alvo de ataques digitais fez boletim de ocorrência

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Alguns comentários também defenderam o delegado Rodrigo

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Delegado alvo desses ataques fez apelo contra a discriminação

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Os prints dos comentários foram tirados pelo delegado e estarão no inquérito

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Delegado Rodrigo Baptista foi alvo de ataques preconceituosos em publicação nas redes sociais

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Comentários desmereceram a atuação do delegado Rodrigo

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Comentários também defenderam o delegado

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Delegado Rodrigo Baptista

Reprodução/ Instagram

Apesar das ofensas, alguns comentários ainda tentaram defender o delegado. “Legal é ver o povo que fala crucificando o Bobadilla zoar a aparência do delegado”, diz uma das interações.

Ao Metrópoles, o delegado ressaltou que, mesmo no ambiente digital, esses ataques se configuram como crime:

“O cibercrime é crescente e, através da internet, as pessoas têm a sensação de impunidade. Mas existe lei que pune todas as formas de discriminação, inclusive a discriminação contra pessoa com deficiência física, que está previsto na Lei Brasileira de Inclusão, art. 88. Nos casos praticados através de redes sociais, existe um agravante e a pena é de 2 a 5 anos de reclusão”, explicou Rodrigo.

Além disso, o investigador afirmou que ofensas como as praticadas contra ele não podem ser banalizadas: “Atos discriminatórios afetam a vida das pessoas, sua saúde física e mental, suas relações de família e laborais. E merecem todo o rigor para investigação e responsabilização dos envolvidos”.

Ele registrou boletim de ocorrência por discriminação em uma delegacia independente a que atua, para garantir autonomia do trabalho policial. Em breve, o delegado deve ser chamado para prestar depoimento.

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Quem é o delegado

 

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