Tem muita gente explorando novos relacionamentos no Festival Cine PE, ou pelo menos, em suas telas. No longa-metragem do quinto dia de Mostra Competitiva, Sol (Chiris Gomes) decide largar o marido, Miguel (Octavio Camargo). Logo logo se apaixona por uma jovem atriz surda, Virgínia (Gabi Grigolom).
O único problema é que Sol ainda mora na mesma casa que Miguel que, por sua vez, está tentando lidar com uma crise de saúde. Virgínia ainda tenta cuidar da filha pequena, Maya (Sophia Grigolom).
Nem Toda História de Amor Termina em Morte é um filme cujos personagens tentar lidar com transições, tentando distinguir quais coisas devem, ou não devem terminar. Sol e Miguel terminam o relacionamento, mas Sol ainda tenta lidar com o limbo existencial de ter o trabalho como professora em uma escola primária ameaçado. As turmas estão encolhendo e a administração não quer deixar professores sobrando.
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Miguel, fumante compulsivo, atordoado pelas mudanças impostas por Sol, ainda segue de consulta a consulta lidando com a transição da própria morte. E Virgínia, além da filha e do novo relacionamento, também lida com uma possível ruptura da trupe de teatro.
Tudo isso pode parecer uma melancolia sem fim, mas, como o próprio título do filme indica, a intenção é navegar esta maré com um espírito solto e divertido. Se as questões em evidência são comuns na vida e na dramaturgia, os personagens não o são.
Octavio Camargo tem um timing de comédia afiadíssimo, e parece nem se esforçar para arrancar risos da plateia. Chiris Gomes é o fio condutor da narrativa e, assim, guia o espectador pelos altos e baixos de se tentar mudar a vida. Já Gabi Grigolom é o coração emotivo da trama.