Kananaskis, Canadá — O presidente Lula afirmou nesta terça-feira (17/6), durante discurso na cúpula do G7, no Canadá, que o “vácuo de liderança” tem agravado o quadro de conflitos e guerras no mundo.
Em sua fala, Lula citou a guerra entre israelenses e iranianos no Oriente Médio, mencionado por ele como os “ataques de Israel ao Irã”. O petista avaliou que o conflito pode ter “consequências globais inestimáveis”
“Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”, disse o chefe do Palácio do Planalto.
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
Lula, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e primeiro-ministro da Índia Narendra Modi
Ricardo Stuckert / PR2 de 3
Lula com a presidente do México, Claudia Sheinbaum
Ricardo Stuckert / PR3 de 3
Lula com o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung.
Ricardo Stuckert / PR
Lula também mencionou a guerra entre Rússia e Ucrânia, os ataques israelenses na Faixa de Gaza e a situação de “caos e atrocidades perpetradas pelo crime organizado” no Haiti, país da América Central.
“Não subestimo a magnitude da tarefa de debelar todas essas ameaças. Mas é patente que o vácuo de liderança agrava esse quadro”, disse Lula, em discurso lido.
O presidente brasileiro citou que chefes de três países membros permanentes do Conselho de Segurança estavam sentados na mesa do G7 e disse que é momento de “devolver o protagonismo a ONU”.
Lula voltou a cobrar que o secretário-geral da ONU, António Guterres, lidere um grupo de países comprometidos com a paz, para que atuem na missão de devolver à organização a prerrogativa de ser a “casa do diálogo”.
A indireta de Lula a Trump
No discurso, Lula criticou gastos militares. Segundo ele, esses gastos consomem o equivalenete ao PIB da Itália por ano. “São US$ ,7 trilhões que poderiam ser investidos no combate à fome e na transição justa”, disse.
Em um recado indireto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula também afirmou que parcerias entre países “devem se basear em benefícios mútuos, não em disputas geopolíticas”.
“Se a rivalidade prevalecer sobre a cooperação, não existirá segurança energética. Tampouco haverá segurança energética em um mundo conflagrado”, disse.
Sobre o conflito na Ucrânia, Lula voltou a afirmar que nenhum dos lados atingirá seus objetivos pela via militar. “Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura”, disse.
Em relação à Faixa de Gaza, o presidente brasileiro afirmou que “nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.
“Ainda há países ainda que resistem em reconhecer o Estado palestino, o que evidencia sua seletividade na defesa do direito e da justiça”, criticou.