A decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de submeter a ordem do STF de perda do mandato de Carla Zambelli (PL-SP) ao plenário da Câmara pode ter um potencial “explosivo”, avaliam lideranças petistas e do Centrão.
Embora divirjam sobre às razões que levaram Motta a tomar essa decisão, caciques do PT e de siglas do Centrão concordam que o plenário da Casa pode usar o caso de Zambelli para mandar um “recado” ao Supremo.
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Para esses deputados, o resultado da votação seria hoje imprevisível, em razão do contexto de forte insatisfação com o STF — em especial, após o novo despacho do ministro do STF Flávio Dino pedindo explicações sobre as emendas.
Nesta terça-feira (10/6), horas antes de Motta anunciar que levará a decisão do STF sobre Zambelli ao plenário, Dino cobrou novas informações. Desta vez, mirando recursos das verbas discricionárias do Ministério da Saúde.
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Nesse cenário, petistas e centristas admitem haver chances de, ao menos neste momento, o plenário da Câmara votar para manter o mandato de Zambelli, como uma reação à nova investida do Supremo sobre os recursos.
E é nessa possibilidade que mora o potencial explosivo. Caso o mandato da deputada seja mantido, deputados avaliam que o STF deve ignorar a decisão da Câmara e manter a ordem de perda de mandato de Zambelli.
Os gestos de Motta
Na avaliação de governistas, Motta utilizou o caso Zambelli como um gesto político — tanto para o STF, quanto para a oposição bolsonarista, que vinha cobrando do presidente da Câmara um apoio a suas pautas.
Já caciques do Centrão avaliam que Motta não teve escolha e apenas seguiu a Constituição. Além disso, afirmam que o Supremo erra ao tomar decisões que tensionam ainda mais a relação entre os poderes.
Uma dessas decisões, avaliam caciques do grupo, seria ordem de prisão preventiva contra Zambelli dias antes da decisão final da Corte sobre a condenação da deputada no processo de invasão dos sistemas do CNJ.