Novas imagens de satélite mostram a atual situação da usina nuclear de Fordow, atingida por bombas destruidores de bunkers dos Estados Unidos na última semana. Os registros foram divulgados nesta sexta-feira (27/6).
Guerra de 12 dias
- Em 12 de junho, Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O foco da operação foi o programa nuclear iraniano.
- O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, era impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear. A operação gerou retaliação e contra-ataques iranianos contra o território israelense.
- Depois de pressões por parte do governo de Benjamin Netanyahu, os EUA entraram na guerra, e bombardearam três usinas nucleares do Irã.
Nos registros, é possível ver escavadoras nas entradas do túnel que levam à instalação nuclear, considerada o principal local de enriquecimento de urânio no Irã. Ainda é possível ver crateras na superfície de Fordow, supostamente causadas pelos 14 mísseis lançados pelos bombardeiros B-2 dos EUA, que também atingiram outras duas usinas iranianas: Natanz e Isfahan.
Veja:
Contradições
De acordo com o presidente Donald Trump, os bombardeios norte-americanos provocaram danos severos ao programa nucleares iraniano, com a destruição das usinas nucleares do país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei.
A versão do presidente norte-americano, porém, é contestada por relatórios do Pentágono obtidos pela imprensa dos EUA. Nos documentos, a Agência de Inteligência de Defesa (DIA) informou que os ataques afetaram, principalmente, as entradas das três instalações atingidas. O que, na avaliação dos especialistas do país, atrasou o programa nuclear do Irã “em apenas alguns meses”.
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Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, confirmou que as instalações nucleares iranianas foram “gravemente danificadas” pelos bombardeios norte-americano.
Apesar disso, o governo do Irã afirmou que as reservas de urânio enriquecido em Fordow, que chegam ao nível de 60%, próximo ao utilizado para a construção de armas nucleares, foram retiradas do local antes dos ataques.
Mesmo que os danos reais ao programa nuclear do Irã sejam incertas, o diretor-geral Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, acredita que a usina de Fordow sofreu fortes estragos.
Em entrevista à Radio France Internationale (RFI), na quinta-feira (26/6), Grossi afirmou que as centrífugas de enriquecimento de urânio em Fordow ficaram inoperantes depois dos bombardeios. A conclusão do chefe da AIEA, no entanto, se baseia em imagens de satélite, já que o Irã pôs fim a cooperação com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU).