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Nunes busca empréstimos para manter ritmo eleitoral de investimentos

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Nunes busca empréstimos para manter ritmo eleitoral de investimentos

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem apostado na busca por operações de crédito para manter o nível de investimentos empregado no período pré-eleitoral.

Mesmo com a redução do dinheiro em caixa, ocorrida devido aos investimentos feitos nos dois últimos anos, a gestão prevê manter para o próximo ano a casa dos R$ 17 bilhões em investimentos por meio de financiamentos junto a instituições de fomento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Mundial.

Entre janeiro e abril deste ano, a prefeitura já teve acesso R$ 1,6 bilhões em financiamentos, enquanto no mesmo período de 2024, esse valor foi de R$ 120 milhões. Já em relação aos recursos livres em caixa, em 2021, a prefeitura tinha cerca de R$ 7 bilhões guardados. No ano passado, eram R$ 758 milhões. Devido a esse cenário, o município prevê um aumento do endividamento para os próximos anos.

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“Aquele nível de investimentos que a gente atingiu em 2023 e 2024 foi muito proporcionado pelos recursos que tinham sido acumulados anteriormente. Temos que tomar uma decisão, enquanto sociedade paulistana. Interrompemos esse ciclo de aumento de investimentos ou usamos o espaço de endividamento que a gente criou com as renegociações da dívida federal para alavancar os investimentos e conseguir recuperar a infraestrutura da cidade?”, afirmou ao Metrópoles o secretário municipal da Fazenda, Luis Felipe Arellano.

Endividamento

Investimentos

Segundo a prefeitura, dos cerca de R$ 17 bilhões previstos em investimentos para o próximo ano, R$ 9,6 bilhões irão para obras e programas previstos no programa de metas. As áreas mais contempladas serão infraestrutura urbana e obras (R$ 3,5 bilhões), saúde (R$ 1,8 bilhão), habitação (R$ 1,8 bilhão) e mobilidade e transportes (R$ 1,5 bilhão).

“O Pode Entrar [programa habitacional da prefeitura] é um dos principais destinos dos recursos levantados via operações de crédito. No transporte, devemos continuar forte com investimentos na área com o modelo de subvenção para a transição energética da frota de ônibus. Também nas obras relativas a corredores de ônibus e BRTs, que também tem operações de crédito previstas. Devemos também ter a continuidade do programa de recapeamento”, explicou o secretário da Fazenda.

O professor de finanças públicas da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Luiz Felipe Ambrozio, avalia que embora a prática seja relativamente comum, pode ser preocupante pelo fato de o município não possuir tantos instrumentos para lidar com a dívida pública, como emitir moeda ou títulos da dívida.

“É uma estratégia que tem que ser feita com muita parcimônia, porque no futuro, daqui 10, 15 anos, pode ser que tenha problemas. Depende muito do ciclo econômico. Por isso que o governo federal tem tido preocupação com o incremento do endividamento público dos municípios, porque no futuro, se a arrecadação não continuar crescendo do jeito que vem crescendo, pode ser que tenham problemas”, disse o professor.

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