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    O recado de Alcolumbre a Haddad na treta envolvendo a conta de luz

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    No mesmo dia em que se juntou a Hugo Motta (Republicanos-PB) para derrubar o decreto do IOF, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mandou um recado ao governo sobre outro tema: a derrubada de vetos de Lula ao projeto de lei das eólicas offshore.

    Na sessão no Senado da quarta-feira (25/6), Alcolumbre rebateu uma entrevista dada na véspera por Fernando Haddad. Nela, o ministro da Fazenda disse que a derrubada dos vetos “pode significar um aumento da conta de energia de R$ 26 bilhões distribuído pelos consumidores”.

    “Chega de narrativas manipuladas, chega de terrorismo tarifário, chega de distorções feitas por quem quer manter privilégios e lucros excessivos às custas da verdade e da conta de luz do cidadão brasileiro”, disse Alcolumbre em discurso no plenário do Senado, sem citar Haddad.

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    O ministro da Fazenda Fernando Haddad

    Hugo Barreto/Metrópoles
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    Haddad e Alcolumbre

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    Haddad, Alcolumbre e Motta

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    Fernando Haddad e parlamentares

    Vinícius Schmidt/Metrópoles

    O senador do Amapá alegou que a derrubada dos vetos foi “uma solução justa”, que “diminui custos, garante segurança no sistema elétrico do país” e traz modicidade tarifária a todos os consumidores brasileiros”. “É uma medida de responsabilidade e equilíbrio”, argumentou Alcolumbre.

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    O presidente do Senado citou que, no caso da prorrogação dos contratos do Proinfa, que envolve pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas eólicas e as abastecidas com biomassa, o impacto líquido estimado seria de R$15,9 milhões em 2025, e não de mais de R$500 bilhões.

    Alcolumbre argumentou ainda que a decisão pela derrubada dos vetos teria sido “técnica”. “Não aceitarei que atribuam ao Congresso uma responsabilidade que não existe. As decisões tomadas aqui foram técnicas, transparentes e voltadas ao interesse público. Não há aumento tarifário”, disse.

    Associação reforça posição de Alcolumbre

    A posição de Alcolumbre foi defendida em nota pela Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel). A entidade aponta que os dados indicando que não haverá aumento tarifário com a derrubada dos vetos são corroborados por estudos da consultoria Thymos Energia.

    Os estudos apontam, conforme a Abragel, que a perspectiva seria de ganhos econômicos de R$ 311 bilhões em um prazo de 25 anos. Em relação especificamente às pequenas centrais hidrelétricas, estimuladas pela nova lei, a estimativa é de ganho econômico de R$ 12 bilhões por ano.

    “Já as mudanças promovidas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) reduzem em 40% o ônus dessa política pública, o que implica queda de 1,5% na tarifa nacional de fornecimento”, completa a entidade.