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Onça mais velha do mundo em cativeiro morre em ONG no Entorno do DF

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Onça mais velha do mundo em cativeiro morre em ONG no Entorno do DF

A onça-pintada Sansão (foto em destaque) morreu, aos 25 anos, nesta terça-feira (17/6), na ONG Nex No Extinction, no município de Corumbá (GO). De acordo com a organização, o animal era considerado o mais velho do mundo sob cuidados humanos.

Na natureza, onças vivem em média de 10 a 15 anos. Em cativeiro, esse tempo pode se estender para cerca de 17 a 20 anos. Não há registros de outro animal da espécie com mais de 25 anos em cativeiro atualmente.

Por meio das redes sociais, a ONG comunicou a morte do felino de grande porte, por causas naturais.

“Nos despedimos hoje do nosso amigo de alma, do nosso grande guardião. Por 25 anos, Sansão esteve conosco — mais do que um animal, ele foi história, símbolo e presença.
A onça-pintada mais velha do mundo… e, para nós, a mais especial que já existiu”, lamentou o Nex.

Segundo a entidade, o animal morreu “em paz, sem dor e acolhido” no colo de um dos fundadores do projeto, Silvano Gianni. A onça havia completado 25 anos em abril deste ano.

“Com o avanço da idade, Sansão começou a manifestar sinais típicos do envelhecimento, como dificuldades de locomoção, catarata com perda de visão e diminuição da audição. Para garantir sua qualidade de vida, diversas ações foram adotadas — desde o uso de medicações específicas até adaptações no recinto, visando maior acessibilidade e segurança”, informou a ONG.

Veja fotos de Sansão:

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Sansão era considerada a onça-pintada mais velha do mundo em cativeiro

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O animal havia completado 25 anos em abril deste ano

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A onça-pintada foi transferida para a ONG quando ainda era filhote

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Sansão morreu, aos 25 anos, de causas naturais

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Sansão foi uma das primeiras onças a ser transferida para a ONG, ainda filhote. Ele e as irmãs — Dalila e Carlota — nasceram no Zoológico de Brasília, em 2000. Desde então, viveram juntos ao longo de toda a vida.

“A mãe deles teve uma infecção pós-parto e não poderia amamentar, foi aí que pediram nossa ajuda. A onça vive bem em cativeiro, vive mais do que na natureza. Na natureza, vive em torno de 15 anos, porque tem disputa de território, entre outros fatores. E, em cativeiro, em torno dos 20 anos”, contou Danda Gianni, coordenadora de projetos, em entrevista ao Metrópoles, em 2023.

Como convivia com suas irmãs, Sansão foi submetido a uma vasectomia, já que o NEX, na época, ainda não possuía autorização para reprodução em cativeiro. O procedimento também permitiu que ele continuasse vivendo com Dalila e Carlota, sem necessidade de separação.

Carlota faleceu aos 17 anos; Dalila, aos 19. “Hoje, nos despedimos de Sansão, que partiu aos 25 anos — coincidentemente, a mesma idade com que sua mãe faleceu. Ele veio a óbito de forma natural, sem necessidade de qualquer intervenção humana para interromper sua vida. Apenas foi oferecido conforto ao animal em seus últimos momentos de vida, garantindo que partisse com dignidade e tranquilidade”, declarou a ONG.

O No Extinction (NEX) foi fundado por uma família moradora do Distrito Federal com o objetivo de abrigar onças feridas ou sob algum tipo de risco, direcionadas por centros de triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Alguns dos grandes felinos acolhidos pela ONG foram resgatados em operações contra o tráfico de animais.

ONG no Entorno abriga onças em extinção e vítimas do tráfico animal

Inicialmente idealizado para receber apenas uma onça-parda do Zoológico de Brasília, no início dos anos 2000, o instituto já acolheu mais de 70 animais da espécie ao longos de mais de duas décadas de existência.

No Brasil, o NEX é, até hoje, a única ONG que abriga exclusivamente animais dessa espécie. O projeto depende única e exclusivamente do apoio da sociedade para sobreviver.

Manutenção

Para alimentar as onças diariamente, com 3 a 5kgs de carne, manter os 19 recintos e pagar o salários dos funcionários – uma equipe de quatro pessoas – o gasto mensal gira em torno dos R$ 70 mil. Até o início de 2020, o local era mantido financeiramente pelos próprios fundadores e por meio de doações.

No entanto, com a crise ocasionada pela pandemia de Covid-19, a família viu a necessidade de abrir o local para visitação, após 18 anos de fundação.

A visita acontece somente em alguns fins de semanas, com grupos de até 30 pessoas. Quem tiver interesse em agendar uma visita, pode entrar em contato pelo WhatsApp 61 99653-5687.

Doações e parcerias

Por meio do Instagram @nex_noextinction, que reúne mais de 187 mil seguidores, o público também pode obter mais informações sobre o projeto e conhecer um pouco da rotina dos animais.

Quem tiver interesse em ser um doador, as contribuições podem ser feitas diretamente para a seguinte conta bancária:

Instituto de Preservação
CNPJ: 04.567.090/0001-58 (Pix)
Banco do Brasil
Agência: 3413-4
Conta Corrente: 11689-0

Se alguma empresa se identificar e se sensibilizar com a causa do NEX, as parcerias podem ser firmadas por meio de contato pelo e-mail: noextinction.nex@gmail.com. Além de contribuições em dinheiro, a ONG também aceita doação de pneus, tela e madeiras em boas condições de uso para reparos nos recintos dos animais.

 

 

 

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