Após a notícia de que uma onça-parda atacou uma égua no núcleo rural Córrego do Urubu, no Lago Norte, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) se manifestou de modo a tranquilizar a população. O órgão reforçou que não há casos de ataques de onças a seres humanos no Distrito Federal e deu dicas de boas práticas relacionadas aos animais.
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Armadilhas fotográficas foram instaladas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram)
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Égua foi encontrada morta em uma residência rural
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No Zoológico de Brasília, existem três espécies de onça parda
Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília
O Brasília Ambiental informou, em nota emitida nesta quinta-feira (5/6), que instalou armadilhas fotográficas na Área de Preservação Ambiental (APA) entre as chácaras dos núcleos rurais Córrego do Urubu e Olhos d’Água, onde pessoas dizem ter visto uma onça-parda adulta e duas filhotes nos últimos dias.
“Reforçamos que não há motivo para alarde, mas sim para adoção de boas práticas”, afirma o Brasília Ambiental.
As boas práticas, de acordo com o órgão, são:
- Evitar deixar animais de criação próximos a áreas de floresta durante a noite, bem como manter animais experientes (animais mais velhos) para ensinar o comportamento de agrupamento aos mais jovens;
- Utilizar cercas físicas ou elétricas ao redor de áreas de pastagem;
- Manter iluminação nas áreas onde ficam os animais;
- Usar sensores sonoros ou repelentes luminosos;
- Manter os animais próximo à casa principal, caso seja uma chácara/fazenda
- Manter as luzes da propriedade acesas;
- Utilizar cães de guarda.
O Ibram prometeu ainda se reunir com a população do Córrego do Urubu para “esclarecer dúvidas e apresentar medidas de manejo e convivência segura com grandes predadores”.
Caso alguém encontre uma onça, o recomendado, de acordo com o órgão, é manter a calma. “No Distrito Federal não existem casos de ataques de onças a seres humanos e o encontro com esses animais são raros”, ressalta.
“As onças percebem o ser humano como um predadores e não presas e, assim, evitam o confronto direto. Quando percebem nossa presença no ambiente, o comportamento desses animais geralmente é de fuga. Cachorros também não são presas.”
Ataque contra égua
A égua que morreu era da fazenda do produtor rural Ozano da Costa, 65 anos. O homem relatou que os ataques aconteceram nas noites de segunda (2/6) e terça-feira (3/6), e a égua, muito ferida, morreu na manhã dessa quarta (4/6).
“A égua estava solta ali embaixo, foi arranhada e mordida no pescoço. Tentei cuidar dela sozinho, mas tinha estragado muito, aí acionei o Batalhão Ambiental”, explicou. O Ibram verificou que as mordidas profundas e arranhões realmente eram de onças.
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Veja vídeo da égua ferida:
Além da égua, outros dois bezerros desapareceram da propriedade rural nos últimos dias, segundo o homem.
Ozano disse que mora há 10 anos no local e nunca havia presenciado ataques de onça. “Eu mesmo não tenho medo”, brincou. Ele declarou que vai seguir as recomendações das autoridades ambientais para não perder outros animais.
Manuela Freitas Velho, 45, e o filho, Davi Freitas, 13, também moram no local. O adolescente afirma ter avistado os três animais andando no Córrego do Urubu, próximo à sua casa, no dia 29 de maio. “Antes de sair da chácara, mais ou menos às 7h, ele viu as três onças perto do córrego”, conta a mãe.
Segundo Manuela, as galinhas da propriedade sumiram nos últimos dias. “Agora, estamos com receio das ovelhas e cachorros”, contou.
Ao ir ao local, o Instituto instalou câmeras nas residências de Ozano e Manuela. Os equipamentos funcionam como armadilha fotográfica para tentar flagrar a presença dos animais, caso retornem.