Lideranças petistas veem a influência direta do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) na decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB), atual mandatário da Casa, de pautar a derrubada do decreto do IOF de Lula.
Para parlamentares do PT, Lira teria atuado pela votação junto a Motta porque estaria insatisfeito com a medida provisória (MP) enviada pelo governo como alternativa ao aumento das alíquotas do IOF anunciado em maio.
Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara no dia 1º de fevereiro
Bruno Spada/Câmara dos Deputados2 de 3
Arthur Lira foi escolhido como relator da proposta de reforma do IR
Marina Ramos/Câmara dos Deputados3 de 3
O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Algumas das compensações propostas pelo governo na MP teriam sido ideia de Lira, só que para outro projeto. Ele queria usá-las em seu relatório sobre o projeto de isenção do imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
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Ao usar as compensações na MP, o governo teria “esvaziado” o relatório de Lira. O temor é de que, sem compensação, os municípios acabem perdendo receita, já que parte do IR é repassado para as prefeituras.
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Insatisfeito, Lira teria “incentivado” Motta a pautar o decreto que derruba todas as mudanças do IOF. Assim, a MP também seria “enterrada”, e as compensações poderiam ser reutilizadas no projeto sobre o imposto de renda.
Na noite da terça-feira (24/6), Motta anunciou em suas redes sociais que votaria na quarta-feira (25/6), em sessão semipresencial, a derrubada do decreto do governo. O anúncio pegou o governo e até a oposição de surpresa. O decreto acabou derrubado por 383 a 98 votos.