A Polícia Federal (PF), em relatório remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) era o “principal destinatário” das ” ações clandestinas” e da “instrumentalização” da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso que ficou conhecido como Abin Paralela.
“Os eventos destacados ao longo da investigação, ainda, demonstram que as ações eram realizadas para obtenção de vantagens precipuamente [sobretudo] do NÚCLEO POLÍTICO. As ações clandestinas, portanto, tinham seus produtos delituosos destinados ao interesse deste núcleo com ataques direcionados à adversários e ao sistema eleitoral dentre outros”, destaca a corporação.



O ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela PF no caso da Abin Paralela
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Alexandre Ramagem (PL) concorreu a prefeito do Rio com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro
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Homem de confiança de Bolsonaro, Alexandre Ramagem foi alvo da PF em operação sobre suposta espionagem na Abin
Valter Campanato/Agência Brasil
Carlos Bolsonaro posta foto de Ramagem tomando café com Bolsonaro
Reproduçaõ / Instagram 
Deputado Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Carlos Bolsonaro e Ramagem com Jair Bolsonaro; vereador e deputado são investigados por “Abin Paralela”
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Atualmente, Ramagem é deputado federal
Igo Estrela/Metrópoles
Ramagem ao lado do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro
Reprodução/Redes sociais
Entre os participantes do grupo “núcleo político”, a PF destaca os nomes do ex-presidente e de um dos filho dele, o vereador Carlos Bolsonaro. Embora a PF veja Bolsonaro como “principal destinatário” das ações cladestinas, ele não foi indiciado pela PF no caso.
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Nesta quarta-feira (18/6), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, retirou o sigilo dos autos da investigação. Segundo a Corte, a decisão foi tomada após a constatação de vazamentos seletivos de trechos do relatório policial.
A investigação da PF gira em torno da utilização da Abin para o monitoramento de opositores e adversários políticos do ex-presidente entre 2019 e 2021, sob a gestão do então diretor do órgão, Alexandre Ramagem.
Segundo a PF, a espionagem paralela era feita por meio do software de inteligência israelense First Mile, adquirido durante o governo de Michel Temer. A ferramenta permite rastrear a localização de pessoas a partir de informações fornecidas por torres de telecomunicações.
Ao detalhar as ações em befenício de Bolsonaro, a PF indica o uso da estrutura paralela para evitar ações estatais que pudessem comprometer o núcleo familiar. É ainda indicado o uso da estrutura para para monitorar opositores do então presidente da República.
“A análise dos logs do sistema First Mile revelou a atuação de uma Organização Criminosa complexa e de alta potencialidade ofensiva infiltrada na Agência Brasileira de Inteligência”, frisou a PF.





