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    Policial civil é preso por atirar durante protesto de moradores no RJ

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    Um policial civil foi preso após atirar durante um protesto de moradores do Morro Santo Amaro, no Catete, na zona sul do Rio. A manifestação aconteceu nesse domingo (8/6), em razão da morte do jovem Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, baleado durante uma festa junina na comunidade na última sexta-feira (6/6).

    Em nota, a Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) informou que o agente preso estava de folga e foi detido em flagrante por disparo de arma de fogo. De acordo o órgão, um processo administrativo disciplinar (PAD) foi instaurado para apurar a conduta do policial.

    “A Polícia Civil reforça que não compactua com quaisquer desvios de conduta, cometimento de crimes ou de abuso de autoridade praticados por seus servidores”, afirmou a corporação.

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    Operação em Santo Amaro

    A operação que resultou na morte do jovem Herus, foi realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), durante uma festa junina no Morro de Santo Amaro, na noite da última sexta-feira (6/6). A vítima foi baleada no abdômen e não resistiu. Outras cinco pessoas foram feridas durante a ação. Nenhuma das vítimas tinha anotações criminais.

    Em decorrência do resultado da operação, o governador Cláudio Castro afastou os comandantes do Bope, coronel Aristheu Lopes, e do Comando de Operações Especiais (COE), coronel André Luiz de Souza Batista, e mais outros 12 policiais que participaram da incursão.

    As armas usadas pelos agentes foram apreendidas para análise. A Polícia Civil fez uma perícia na comunidade ainda no sábado para saber de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas. Os agentes usaram um scanner 3D, que faz o levantamento de locais de crimes e consegue captar detalhes que podem passar despercebidos a olho nu.

    O Ministério Público do Rio começou a fazer uma perícia independente para revelar o que aconteceu. “A instituição reafirma o compromisso de exercer o controle externo da atividade policial, a apuração dos fatos e a responsabilização de quem de direito”, ressaltou o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira. Em nota, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio afirmou que o episódio foi “triste e inaceitável”.

    De acordo com a Secretaria de Polícia Militar, agentes foram ao Santo Amaro numa operação emergencial para verificar informações sobre um possível ataque de facções rivais. A favela é vizinha ao quartel do Bope e sempre foi conhecida por ser um lugar sem tráfico ostensivo.

    A corporação informou que os agentes foram recebidos à bala e que, num primeiro momento, não revidaram o ataque. No entanto, ao se aproximarem de outro ponto, aconteceu o confronto, que terminou com a morte de Herus. A vítima chegou a ser levada para o Hospital Glória D’Or, mas não sobreviveu.