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    Qual seria o melhor planeta para viver caso a Terra ficasse inabitável

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    Apesar de termos recursos naturais em abundância na Terra, eles são finitos. O nosso planeta poderia colapsar diante de cenários extremos, como mudanças climáticas irreversíveis, desastres ambientais e guerras ou escassez de recursos naturais.

    Mas afinal de contas, se viver por aqui não fosse mais viável, seria possível se mudar para outro planeta do Sistema Solar? Especialistas ouvidos pelo Metrópoles dizem que muitos fatores devem ser levados em consideração e apontam opção mais provável.

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    Desafios de habitar outro planeta

    A professora de biologia Brisa Granados Goulart explica que entre os principais desafios biológicos para viver em outro planeta estão as questões climáticas e ambientais do local.

    “Nenhum outro planeta do Sistema Solar oferece oxigênio da forma como temos aqui na Terra. Essa é uma questão central, porque a produção de energia também está relacionada à regulação da temperatura corporal”, afirma a professora do Colégio Marista Águas Claras, em Brasília.

    A gravidade reduzida de outros planetas afetaria diretamente o corpo humano, causando perda de massa muscular, descalcificação óssea e alterações no sistema circulatório.

    “Outro fator preocupante é a exposição à radiação cósmica e solar, já que fora da Terra não há campo magnético nem camada de ozônio para proteger o organismo. Isso eleva os riscos de mutações genéticas, câncer e danos neurológicos”, diz a professora de biologia Elisa Rochedo, do Colégio Católica Brasília.

    Candidatos em caso de colapso da Terra

    • Marte: é o planeta que apresenta mais características parecidas com a Terra. Com muito esforço tecnológico, poderia ser adaptado para abrigar vida humana.
    • Mercúrio: é extremamente quente, sem atmosfera e com temperaturas que chegam a 430 °C.
    • Vênus: tem temperaturas acima de 460 °C e uma atmosfera tóxica com 95% de dióxido de carbono.
    • Júpiter, Saturno, Urano e Netuno: são gigantes gasosos e sem superfície sólida, impossibilitando a existência de vida humana.

    O candidato mais viável

    A verdade é que em caso de colapso da Terra, seria difícil achar um outro planeta para salvar a existência humana. Ainda assim, Marte se apresenta como o destino mais estudado e potencialmente viável para os cientistas.

    O planeta vermelho possui recursos hídricos congelados em calotas polares e em seu subsolo. A gravidade de Marte é equivalente a 30% da Terra, sendo o suficiente para que o corpo humano se adapte utilizando tecnologias. Além disso, apesar de ter regiões com temperaturas extremas, as sensações térmicas têm valores compatíveis ao Ártico terrestre.

    Foto do planeta Marte - MetrópolesMarte possui um ar tão rarefeito que não é capaz de filtrar a radiação cósmica

    Por outro lado, Marte possui uma atmosfera muito fina e tóxica – composta quase inteiramente por gás carbônico –, pressão atmosférica 100 vezes menor que a da Terra e ausência de campo magnético, o que expõe a superfície à radiação solar e cósmica. Para ter condições, seria necessário a adoção de medidas tecnológicas avançadas.

    “Naturalmente, Marte não tem as condições para sustentar a vida humana. No entanto, ele é visto como a melhor opção do ponto de vista da engenharia. Isso porque, com a tecnologia, seria possível criar instalações fechadas protegidas contra a radiação e com capacidade de produção de água e oxigênio que dariam suporte à vida”, afirma o professor de física Renato dos Santos Carvalho, que atua em Brasília.

    O uso da tecnologia seria essencial para amenizar os impactos bruscos em uma possível mudança da Terra. Cientistas precisariam desenvolver estufas de cultivo de alimentos, sistema de reciclagem de água e oxigênio e abrigos contra radiação, além de trajes espaciais avançados.

    Como evitar o cenário catastrófico

    Apesar de ser a opção mais viável, Marte está longe de oferecer as condições naturais de sobrevivência que a Terra fornece. A principal alternativa, na avaliação dos especialistas, é cuidar do nosso planeta, preservando os recursos naturais terrestres. Entre as principais medidas para evitar um possível colapso estão:

    • Reduzir a emissão de gases poluentes;
    • Priorizar o uso de energias renováveis;
    • Conservar e restaurar ecossistemas;
    • Promover práticas sustentáveis na agricultura;
    • Consumir os recursos naturais terrestres de forma sustentável.

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