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Quem era Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira nascida em SP

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Quem era Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira nascida em SP

Nascida em Jaú, no interior de São Paulo, a arqueóloga Niède Guidon morreu aos 92 anos nesta quarta-feira (4/6), em São Raimundo Nonato, no Piauí. Filha de pai francês e mãe brasileira, ela ficou conhecida por fundar o Museu do Homem Americano e por transformar a região da Serra da Capivara, no estado nordestino, em um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo.

A pesquisadora nasceu em 12 de março de 1933 e se formou em história pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959. Antes de atuar como arqueóloga, trabalhou como professora da Secretaria da Educação (Seduc-SP) e também no Museu do Ipiranga.

Primeiros passos na arqueologia

Em busca da formação em arqueologia, Niède ingressou em um curso de especialização na Universidade Sorbonne, em Paris (França), entre 1961 e 1962. Ao terminar os estudos, ela retornou ao Brasil em 1970, quando conheceu as pinturas rupestres de Coronel José Dias, no sul piauiense.

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Patrocinada pelo governo francês, durante as pesquisas, Niède descobriu desenhos datados de até quase 30 mil anos. O sítio escavado por ela em 1973 revelou indícios inéditos sobre a ocupação humana nas Américas.

A partir das pinturas rupestres preservadas encontradas no semiárido nordestino, o estudo de Niède resultou na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, em 1979. Considerado patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o acervo abriga mais de 1.400 sítios pré-históricos — maior coleção de sítios conhecidos das Américas.

Serra da Capivara e Museu do Homem Americano

Com o objetivo de estudar a pré-história, o meio ambiente e a sociedade do “berço do homem americano”, o Parque Nacional da Serra da Capivara surgiu com o apoio de biólogos e paleontólogos. No ano seguinte à criação, em 1980, a Fundação do Homem Americano foi criada para facilitar e financiar as pesquisas na região.

Pinturas rupestres, ferramentas e outros vestígios dos primeiros habitantes humanos da América marcaram as escavações arqueológicas da pesquisadora. As buscas eram realizadas principalmente em abrigos rochosos naturais.

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Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira, morre aos 92 anos no Piauí

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A pesquisadora descobriu indícios de vida humana nas Américas há mais de 32 mil anos

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O trabalho de Niède Guidon foi reconhecido por todo o mundo, e rendeu a ela diversas homenagens

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Patrocinada pelo governo francês, durante as pesquisas, ela descobriu desenhos datados de até quase 30 mil anos

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Niède Guidon morreu, aos 92 anos, nesta quarta-feira (4/6)

Acervo Fumdham/Reprodução

Entre os itens descobertos por Niède, uma amostra de carvão datou a existência de uma fogueira feita por humanos há mais de 32 mil anos. O número trouxe uma nova perspectiva para a idade normalmente associada aos primeiros homo sapiens nas Américas. Estima-se terem vivido no território por volta de 13 mil anos atrás.

Prêmios e Homenagens

O trabalho de Niède Guidon foi reconhecido em todo o mundo, e rendeu a ela diversas homenagens. Entre as honras, um documentário foi publicado para narrar a trajetória da pesquisadora, um pássaro foi batizado com seu nome e ela tomou posse de uma cadeira na Academia Piauiense de Letras (APL).

Confira as principais honras

 

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